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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Com a Ajuda da Terapia de Casal a infidelidade pode resultar num reforço do Casamento


Manter um casamento parece uma tarefa cada vez mais difícil nos dias de hoje. Algumas vezes, percebe-se que só o amor não chega. Outras vezes, tudo está bem, mas o amor vai definhando. 

Nunca a terapia de casal foi tão procurada.

Entre os principais motivos que levam os casais a recorrer à terapia, destacam-se as dificuldades de comunicação, o desinteresse sexual, os conflitos – por exemplo, na gestão da parentalidade ou em relação às famílias de origem – e também situações de traição. 


 Durante a terapia, “o casal aprende a conhecer melhor o outro, a falar dos seus problemas de forma positiva – sem críticas -, a compreender o tipo de dinâmica que tem e o que os leva a entrarem sistematicamente em conflito”.


A comunicação é o maior problema de muitos casamentos. E é por isso que é importante a intervenção de alguém que promova o diálogo aberto, mas sem ofensas. 


A terapia de casal engloba sessões individuais (sobretudo no inicio) e sessões em conjunto. 


Existem várias razões para os casamentos serem, ou parecerem, tão difíceis de aguentar: “Em termos psicológicos vive-se mais o prazer imediato e tolera-se menos as frustrações; em termos profissionais, as pessoas passam cada vez mais tempo a trabalhar, tendo diminuído o tempo de qualidade com a família; em termos culturais e sociais, o divórcio deixou de estar associado a um estigma, as mulheres tornaram-se mais independentes e mais exigentes.”
.

Dificuldades de comunicação, desinteresse sexual, conflitos e traição são os principais motivos que levam os casais à terapia.



O mito dos sete anos

Apesar de muito se falar sobre uma crise aos sete anos de casamento,  acredito que essa ideia é um mito e  nas minhas sessões, surgem relações com meses e outras com muitos anos.


Os casos extraconjugais são o grande fantasma das relações. Mas uma traição nem sempre é sinal do fim do casamento. “Muitas das traições ocorrem devido à degradação da relação e da necessidade de um dos membros se sentir amado ou desejado por alguém. Nestes casos, a descoberta ou a confissão pode ser um ponto de partida para o restabelecimento da relação, com a ajuda da terapia, podendo até tornar o casal mais unido.”
Ainda assim, recorrer à terapia não é garantia de recuperar o casamento  “No final, os membros do casal podem chegar à conclusão de que a relação chegou ao fim.”

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Tristeza ou Depressão?




A tristeza é uma reacção normal e saudável a qualquer infortúnio.


A maioria, se não todos, os episódios mais intensos de tristeza da nossa vida são originados por condições de vida adversas, o divórcio, a perda de um ente querido, da pessoa amada, o desemprego, a incapacidade em lidar com determinadas situações ou em ultrapassar obstáculos entre outros problemas que nos surgem ao longo do dia-a-dia e da nossa vida.

E isto acontece tanto nas crianças, como nos jovens como inevitavelmente nos adultos.

Uma pessoa triste sabe quem (ou o que) perdeu e está triste porque gostava de voltar à situação anterior, o que nem sempre acontece ou é possível.

Ficar triste por perda da saúde, ou de um casamento, ou da perda de alguém querido, numa fase inicial, não é depressão, é tristeza, embora os sintomas possam ser idênticos.

Ainda assim, por vezes poder-se-á sentir triste durante algum tempo quando algum problema adverso surge na sua vida.

Porém, o que se espera é que após um acontecimento que nos deixa muito triste, passado algum tempo, máximo seis meses, sejamos capaz de ultrapassar essa tristeza e retomar o nosso bem-estar emocional, ultrapassando essa tristeza.

Se tal não acontece, e se mesmo antes deste tempo, surgem outros sintomas (pelo menos mais dois) associados, então estamos a deprimir.

Desta forma, podemos dizer que o que distingue a depressão da tristeza é a continuidade desta tristeza por demasiado tempo, e o surgimento de outros sintomas associados tais como:
• Alteração do apetite (falta ou excesso de apetite);
• Perturbações do sono (sonolência ou insónia);
• Fadiga, cansaço e perda de energia;
• Sentimentos de inutilidade, de falta de confiança e de auto-estima, sentimentos de culpa e sentimento de incapacidade;
• Falta ou alterações da concentração e da memória;
• Preocupação com o sentido da vida e com a morte;
• Desinteresse, apatia e tristeza;
• Alterações do desejo sexual;
• Irritabilidade;
• Manifestação de sintomas físicos, como dor muscular, dor abdominal, vómitos, enxaquecas, entre outros.
No entanto importa referir que se é verdade que muitas depressões, são o que nós chamamos “depressões reactivas”, ou seja são uma reacção a acontecimentos de vida, como atrás referi, também é verdade que existem outras depressões, e estas começam geralmente na infância e adolescência, em que o que está por detrás é a falta de amor, ou antes, faltou o sentimento e a segurança de ser amado. A pessoa tem uma tristeza profunda, mas não sabe a sua origem. A tristeza faz parte do indivíduo, da sua forma de ser. Sempre se conheceu assim.

Neste último tipo de depressão, o que a originou foi a falta o amor, ou antes, o sentimento de ser amado! Por isso, a depressão, é considerada uma doença dos afectos.

A depressão pode ser episódica (acontece apenas uma vez na vida do indivíduo), recorrente (quando de vez em quando a pessoa deprime e vai-se abaixo, tendo porém períodos em que está bem) ou crónica (quando a pessoa está sempre deprimida, conduzindo a uma diminuição substancial da capacidade do indivíduo em assegurar as suas responsabilidades do dia-a-dia.

Mas o que é afinal a depressão?

A depressão é uma doença mental que se caracteriza por tristeza mais marcada ou prolongada, perda de interesse por actividades habitualmente sentidas como agradáveis e perda de energia ou cansaço fácil.

A Depressão altera a maneira como a pessoa vê o mundo e sente a realidade, entende as coisas, manifesta emoções, sente a disposição e o prazer com a vida.

Afecta a forma como a pessoa se alimenta e dorme, como se sente em relação a si próprio e como pensa sobre as coisas.•
Ter sentimentos depressivos é comum, sobretudo após experiências ou situações que nos afectam de forma negativa. No entanto, se os sintomas se agravam e perduram por mais de duas semanas consecutivas, convém começar a pensar em procurar ajuda.

A depressão pode durar de alguns meses a alguns anos. Contudo, em cerca de 20 por cento dos casos torna-se uma doença crónica sem remissão. Estes casos devem-se, fundamentalmente, à falta de tratamento adequado.


O procurar ajuda atempadamente, de um psicólogo ou psicoterapeuta, poderá minimizar de imediato um sofrimento inimaginável para as pessoas sadias, e é sem dúvida a melhor forma de prevenir o agravamento dos sintomas.

No entanto, acho pela minha experiência clínica que o facto de se falar tanto na depressão, e sendo mesmo considerada a doença do Século , parece-me não existir, ainda, um esclarecimento correcto acerca dela.
Existem alguns mitos e falsas crenças sobre a depressão, muitas vezes vista como um sinal de fraqueza, de falta de pensamentos positivos ou uma condição que possa ser superada apenas pela força de vontade ou com esforço.

Assim, quando alguém diz que está deprimido, ou se refere a alguém deprimido dá um tom de pouca importância ao assunto, e reforça que a pessoa precisa de ter força de vontade como se isso bastasse para o curar.

Ninguém se cura, de uma depressão, só com força de vontade e com pensamentos positivos.

Isto faz com que muitos casos que me chegam já estejam ou acamados, sem já conseguir funcionar nem trabalhar. Outros com muita vergonha, como se fossem uns fracos por estar a pedir ajuda!

É importante salientar e interiorizar que a depressão é uma perturbação mental séria, que ocorre desde a 1ª infância à 3ª idade, e se não for tratada, pode conduzir ao suicídio, uma consequência frequente da depressão.

No caso das crianças e adolescentes, quanto mais cedo iniciar uma psicoterapia, mais probabilidades tem de na vida adulta vir a ter uma vida normal e sem sofrimento.

Neste caso o papel dos familiares é fundamental. Muitas vezes o doente deprimido, já não tem força nem vontade para nada. Não acredita em solução para a sua vida e para os seus problemas, já não tem força para procurar ajuda.

Quando a pessoa precisa de ajuda e resiste a ir a uma consulta, os familiares poderão marcar consulta em conjunto (pais/ filhos pequenos ou adolescentes, maridos/ esposas, etc), sendo a consulta para a família e, deixar ao psicoterapeuta a tarefa de “ convencer” a pessoa a iniciar um tratamento.

É pois, urgente aprender a reconhecer a depressão como uma doença e não como uma fraqueza, como uma “ personalidade fraca” como me dizem alguns pacientes, e pedir ajuda especializada quanto antes!


É possível prevenir a depressão?

Como em todas as doenças, a prevenção é sempre a melhor abordagem, designadamente para as pessoas em situação de risco, pois permite a intervenção precoce de profissionais de saúde e impede o agravamento dos sintomas.

Se sofre de ansiedade e/ou ataques de pânico, não hesite em procurar ajuda especializada, pois muitas vezes são os primeiros sintomas de uma depressão.

Se apresenta queixas físicas sem que os exames de diagnóstico encontrem uma explicação então aborde o assunto com o seu médico assistente.

Como se trata a depressão?

A Psicoterapia é fundamental no tratamento da depressão tendo muitas vezes, numa fase inicial de ser coadjuvada com a terapia farmacológica.


A Psicoterapia é fundamental para ajudar a pessoa a encontrar dentro de si recursos necessários para lidar com os acontecimentos geradores de tensão e ansiedade, assim como a diminuir o seu sofrimento, aumentar o seu bem – estar consigo próprio e com a vida!

A Psicoterapia é a forma cientificamente comprovada de obter resultados duradouros na perturbação depressiva.

Artigo publicado IN "Saúde Activa", por Maria de Jesus Candeias

domingo, 16 de outubro de 2011

Há mais casais a pedir ajuda de terapeutas



Entrevistada por Isabel Faria, publicada in Revista Domingo, Correio da manhã de 16/10/2011.


No dia em que o tampo da sanita se torna a arma de arremesso o casal nota que está em ruptura. A imagem é já um clássico da vida a dois mas é precisamente na esfera da intimidade que a relação de Ana e João sofre o maior abalo.

Com terapia, o casal, que está junto há 20 anos e tem dois filhos adolescentes, aprende a sobreviver mais uns tempos. "Pode não ser para a vida, mas estamos a fazer um esforço", admite Ana B., comerciante, 47 anos, que apenas acede a falar via internet.
Apesar de ainda ser tema tabu, a terapia de casal cresce por todo o País. Ajudados pela abertura da sociedade e passa palavra de quem já recebeu ajuda, são cada vez mais os parceiros que se sentam no sofá de um terapeuta. E com a crise as consultas aumentam. "Os motivos são os mais variados, mas os pedidos mais frequentes prendem-se com problemas de comunicação no casal, situações de pós-infidelidade e pré-ruptura, problemas com os filhos, nas idades mais críticas, e com as famílias de origem", explica Catarina Mexia, que acompanha casais em crise desde 1995.
Para a terapeuta, "o velho ditado ‘em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão’ é um pouco o espelho do que tem aparecido na consulta. O tema do dinheiro é quase sempre problemático e mal trabalhado pelos casais. E em situação de crise, como a que vivemos, a relação com o dinheiro, a dificuldade real, acaba por exponenciar dificuldades já existentes de comunicação do casal".
A SOPA DA SOGRA
Nesta lista de causas, a relação de Ana e João é quase enciclopédica. "Todos os motivos serviam para iniciar uma discussão", desde as amizades do filho mais velho às sopas que a mãe dele fazia – "que eram sempre melhores do que as minhas" –, mas o ponto alto surgia "logo pela manhã", quando a desarrumação da casa de banho fazia desfiar elogios e ofensas aos hábitos herdados dos pais.
"Tínhamos discussões tão violentas que muitas vezes a minha filha mais nova ia para a escola a chorar", recorda Ana, que admite ser o pilar da casa por ter mais rendimento do que o marido, escriturário.
Após 20 anos de vida em comum, o casal procura uma nova palavra para substituir o entusiasmo dos primeiros anos do namoro. João acredita no casamento; Ana tem dúvidas sobre o sentimento que alimenta a relação mas nota que houve culpas dos dois: "Deixámos de ter projectos a dois, acumulei tarefas e isso trouxe desgaste".
PAIXÃO E FACEBOOK
A experiência de ouvir ambos os lados da barricada leva Maria de Jesus Candeias a notar que a "falta de comunicação" é um grande entrave na vida a dois. Na sala da terapeuta, os sofás dispostos em círculo convidam à conversa, o que nem sempre acontece na vida em casal, hoje com espaços de lazer frontais para a TV ou o computador.
"As duas pessoas que formam um casal trazem toda uma carga de história familiar e quando começam a viver juntos têm de aprender novas maneiras para conviver", explica. "A maior parte tem conflitos por situações mínimas, por questões de educação, como a maneira de estar à mesa ou os hábitos de estar com o outro. Mas também surgem discussões muito violentas. Muitos chegam aqui no limite e há quem saia porta fora, quem diga ‘já não gosto de ti’. São casais em situações de ruptura que nunca foram faladas e cara a cara são capazes de dizer ‘deixei de sentir amor’".
Por ser terapeuta do casal, Maria de Jesus Candeias acredita que "é a paixão que acaba. Há uma fase inicial de ilusão", em que se fala de tudo, "que se pode transformar e evoluir para um outro sentimento. Numa relação há três pilares fundamentais: confiança, respeito e amor. Isso nunca acaba", nota.
No entanto, apesar de todos os ensinamentos, emerge um novo paradigma, em que o divórcio passa a ser socialmente aceite, a traição já não é consentida, mesmo em casamentos tradicionais, e o Facebook "entra na vida dos casais", nota a clínica. "Por vezes, esse uso da rede social mais não é do que um jogo de sedução, mas o facto de se descobrirem novos actores no Facebook ou no e-mail gera enormes tensões".
GERIR O OUTRO
A traição, "seja sob a forma de uma infidelidade ou da quebra de um compromisso", é, para Catarina Mexia, o que mais afecta a vida de um casal.
"Recordo um caso recente em que o casal, ele com mais dez anos, se juntou com o compromisso de após dois anos terem filhos. Por impedimento de carreira dele, não foi possível cumprir essa meta. Mais tarde, a questão colocou-se de novo e finalmente, durante o processo de psicoterapia , surgiu a informação de que não haveria, por vontade dele, filhos naquela relação. Para aquela mulher esta foi uma traição impossível de superar", relata.
Foi o momento em que as mulheres saíram para o mercado do trabalho que mudou as relações conjugais, frisam os terapeutas.
"As mulheres passaram de uma situação de total submissão para uma autonomia em que já podem dizer ‘vou à minha vida’ e neste momento até decidem mais do que o homem. Há aqui um emergir da mulher e um anular do homem, que tem vindo a perder poder. Elas estão mais exigentes, quase que se impõem e o homem está num papel passivo", nota Maria de Jesus Candeias.
E isso estende-se à guarda dos filhos menores em caso de divórcio. "Os pais cada vez mais querem estar presentes, mas por tradição os filhos são entregues à mãe, o que pode gerar enormes conflitos", diz.
Catarina Rivero adianta que "culturalmente, as mulheres cuidam da casa e os homens ‘apenas ajudam’", apesar de serem cada vez mais os que assumem tarefas como ir buscar os filhos à escola, estar em casa à hora do banho e fazer o jantar.
'O BEIJO' DE KLIMT
Porque acredita no "amor romântico" e nas "relações duradouras", Catarina Rivero ilustrou o espaço do Cais do Sodré onde acolhe os casais com uma réplica do quadro ‘O Beijo’, de Klimt: "Foi a primeira coisa que coloquei no consultório, pois a imagem do casal a beijar-se, à beira do precipício, tem o simbolismo da relação forte. A sedução é um percurso para a vida e há que saber encantar a dois".
Com pacientes de todas as idades, são os que enfrentam o desafio de serem pais e os menos jovens e isolados os que mais marcam o espaço desta terapeuta: "O início da parentalidade abana o sistema e tenho muitos casais com filhos de meses que se queixam de um desinvestimento na relação", diz.
No outro extremo, encontra "muitos casais, entre os 35 e os 50 anos, que não têm amigos e o seu dia-a-dia é entre o trabalho e a casa/família. Ter outras relações é bom, pois quando o casal se fecha muito sufoca. Precisamos de sentir saudade e até um bocadinho de insegurança. Em alguns casais pode causar transtorno o facto de dar tudo por garantido".
Foi precisamente a solidão que levou Célia e Miguel, de 27 anos, a pedir ajuda. A juventude de ambos contrasta com a aparência pacata, o ar de ‘quem não parte um prato’. Os dois queixam-se que um namoro que vem da adolescência, com direito a férias em casas dos pais, e uma vida profissional preenchida – ela na área do Serviço Social e ele na Engenharia –"não chega" para alimentar a vida conjugal. "A partir daqui o passo é mudar", confirma Miguel.
O NINHO VAZIO
Para José Carlos Garrucho, membro da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar desde 1997, "há mais pessoas a precisarem de apoio, isso é uma evidência; que o peçam já é diferente. Muitas vezes têm dificuldade em suportar os honorários e tendem a tentar resolver sozinhas, antes de assumirem um pedido de ajuda".
No consultório de Coimbra recebe "muitos casais com mais de 30 anos, enquanto o casal tem actividade sexual e vitalidade. Mas também no final da vida, quando se confrontam com o ‘síndroma do ninho vazio’. Tinham uma triangulação, que os ocupava", com o cuidar dos filhos, e em alguns casos é difícil voltar à vida de casal , com tudo o que isso implica. "A sexualidade, com as dificuldades de erotização, as questões da infidelidade e ciúmes são assuntos que acontecem, surgem nas consultas e variam com o tempo. Inicialmente vinham os homens com as mulheres deprimidas, porque eles tinham sido infiéis. Hoje as mulheres também já o são e os homens não lidam bem com isso".
Apesar das mudanças visíveis na sociedade, a "terapia para o divórcio" é por vezes fundamental. José Carlos Garrucho lembra que "existem casos em que as pessoas, mesmo estando numa relação violenta, têm dificuldade em sair, pois a vítima sofre a destruição da sua rede social e depende do agressor".
O terapeuta é claro ao dizer que "não há géneros isentos de culpa", no entanto avisa "que a violência física é mais comum nos homens e a verbal nas mulheres. Mas a mais destrutiva é a masculina pois os homens tendem a agir, são mais competentes fisicamente. Culturalmente as mulheres não são violentas". 
VENDA DE CASA E FILHOS AMARRAM CASAL
Em 2008, a Lei do Divórcio facilitou a separação por mútuo acordo. Apesar do aumento até 2009 (26 464 divórcios), o número de processos estabilizou entre 2010 e 2011. Muitos terapeutas notam que a crise leva os casais a ficar na mesma casa "por não a conseguirem vender, apesar de estarem separados maritalmente". A guarda dos filhos também justifica a decisão.
"Com a nova lei, o exercício do poder paternal é conjunto, mas por vezes os pais pedem a guarda conjunta, o que por norma recusamos, para evitar que a criança ande de casa em casa", diz o juiz Celso Manata do Tribunal de Menores de Lisboa. Relativamente à regulação do poder paternal, até dia 11 entraram na comarca de Lisboa 746 acordos. Em 2010 houve um total de 1106 processos.

domingo, 2 de outubro de 2011

Crise Conjugal... Fim ou Recomeço de uma relação?



A discussão termina todos os dias em gritos e insultos. Um quer sair à noite e o outro não; um chega tarde e o outro zanga-se; há um que gasta demais e outro de menos; ambos querem ir de férias e cada qual escolhe um destino. Tudo serve para subir o tom, para um deles sair do quarto, levar a almofada e dormir no sofá.

As zangas, os medos, os ressentimentos, o silêncio entram no meu consultório e ficam várias semanas a ser dissecados até indicarem uma de duas portas
: - o fim ou o recomeço.

O trabalho vai-se desenvolvendo em torno de reflexões para que os casais consigam perceber quais as razões que desgastam a relação. Os indícios são visíveis a olho nu e muitas vezes estavam lá desde o princípio. Só que a maioria prefere fechar os olhos e mergulhar de cabeça numa paixão. Até ao momento em deixa de ser possível ignorar os problemas que minam um relacionamento: Expectativas defraudadas ou dificuldade em aceitar o outro são algumas das grandes dificuldades identificadas entre os casais.

E deixar de falar é o maior dos erros. Fingir que está tudo bem. Esperar que os problemas desapareçam sem fazer nada para isso é o mesmo que acreditar em milagres. A estratégia tem quase sempre um único resultado: "O casal afasta-se cada vez mais até ao dia em que olham um para o outro e descobrem que já não se reconhecem." 

Ficam sozinhos, sem vontade de conversar e sentem-se perdidos: "É o momento de se sentarem frente-a-frente e forçar o diálogo." Se a estratégia falhar é sempre possível recorrer à terapia de casal.

Embora a procura da terapia de casal tenha vindo a crescer, ainda há muita resistência em pedir ajuda profissional, não só por falta de divulgação, mas também porque os casais receiam uma invasão da sua  intimidade.

É importante salientar que nem sempre , entrar num consultório e pedir ajuda de um terapeuta, serão suficientes para salvar o casamento. Haverá sempre histórias que terminam em divórcio.

A separação é uma decisão solitária que nunca surge de ânimo leve. É preciso perceber quando vale a pena insistir e quando chegou o momento de desistir.

Muitas vezes não há como restaurar o amor, a confiança e o respeito" – que são a meu ver, os três pilares obrigatórios para manter uma vida em conjunto. No dia em que isso deixar de acontecer, significa que um ou ambos anularam a identidade e deixaram de existir.

O divórcio, é uma "guerra de silêncios". É não fazer as refeições em conjunto, dormir em quartos separados, evitar a intimidade ou não ter vontade de regressar a casa.

É preciso saber terminar uma relação com dignidade, o que acontece poucas vezes." Boa parte dos casais deixa a relação arrastar-se e espera por motivos fortes para tomar uma decisão. Usam a infidelidade, a agressão verbal ou física para justificarem o divórcio, quando os motivos começaram muito antes.

Mesmo que o divórcio seja o caminho, é preciso continuar a falar: "Perceber o que aconteceu, assumir responsabilidades sem atribuir culpas é um processo obrigatório para qualquer casal que opta pela separação". Decifrar todos os passos que conduziram ao fim do casamento é a única saída para não cometer os mesmos erros em futuras relações. "Caso contrário, corre-se o risco de saltar de pessoa em pessoa sem qualquer perspectiva."

O fim é o início de um outro capítulo em que é preciso aprender que o "amor não basta por si só para suportar um casamento." Exige esforço diário, mesmo quando há filhos para cuidar, empregos para assegurar ou resto do quotidiano a consumir tempo e energia. "Pode parecer tarefa quase impossível, mas todos nós nos lembramos da ginástica que fazíamos no começo de uma relação para conseguirmos ficar juntos, nem que fosse por pouco tempo.

Estabelecer prioridades é o principal trunfo para vencer a rotina. E saber que o amor não é eterno é o passaporte para uma relação duradoura.
A última atitude que devemos ter é encarar o outro como uma casa ou um carro que irá continuar a existir enquanto essa for a nossa vontade.

Sempre que a rotina se transformar numa máquina sem travões será necessário inventar pelo menos dez minutos por dia para o casal se encontrar a sós. Namorar, brincar ou conversar são hábitos diários a manter a todo o custo. Um dia por mês deverá ser dedicado a uma curta viagem para partilharem "necessidades e preocupações.
São gestos que funcionam como pilhas de longa duração para um casamento, desde que ninguém se esqueça que qualquer relação fracassa quando "ambos ou apenas um" abdica do seu próprio espaço e afasta o ciclo de amizades, mesmo quando o amor é absorvente e tem dificuldade em dividir o tempo com os outros:

 O casamento não é como subir uma montanha e ficar sentado no topo. São várias montanhas que têm de ser escaladas todos os dias.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Quando é que a ansiedade se torna uma doença?


A ansiedade é uma emoção normal que existe em todos os seres humanos e de extrema importância para a sobrevivência.

É com a ansiedade que nós aprendemos a proteger-nos dos perigos fisicos e psicológicos.

Ficamos ansiosos quando antevemos o perigo de sermos assaltados, agredidos física ou verbalmente, dos nossos filhos serem atropelados na rua, entre muitas outras situações em que a ansiedade nos impele a preservar a integridade.

Portanto, a ansiedade é uma emoção reguladora da sobrevivência da espécie e como tal através da sua acção o ser humano aprende a defender-se do perigo. Esta é a função normativa da ansiedade, que, se estiver regulada(uma ansiedade normativa) desaparece rapidamente e, actua sobretudo como estimulante, ou seja, o ser humano precisa de manter níveis de ansiedade normais, para que consiga efectuar tarefas de qualquer natureza.

Quando o homem deixa de conseguir regular a ansiedade é porque ela se tornou patológica, logo fora do controlo da pessoa. Pode ter niveis de ansiedade elevados ao máximo,como pode não possuir qualquer ansiedade normal, que seja geradora de algum tipo de trabalho ou actividade. Em ambos os casos falamos de patologia.

O que é que causa a ansiedade?

As dificuldades da vida são normalmente o factor desencadeante da ansiedade patológica e nos casos agudos da angústia.

Além disso as dificuldades pessoais de inserção na sociedade, os conflitos internos do domínio afectivo, emocional e sexual podem conduzir a uma sintomatologia ansiosa.

As investigações indicam que toda a pessoa que sofre de ansiedade grave tem um profundo sentimento de desamparo psíquico oriundo de relações parentais pouco seguras ou de uma insegurança total, portanto, o que subsiste é o sentimento de desamparo e sentimentos depressivos.

Há relação entre ataque de pânico, fobias e ansiedade?

Claro que há. A fobia é um medo irracional de um objecto/animal ou situação. Os ataques de pânico são uma manifestação aguda de angústia sem causa aparente declarada, que podem paralisar um indivíduo através da sensação de asfixia ou medo de morrer. Todo este conjunto de sintomas não são mais que expressões diferentes de ansiedade.

Há alguma relação entre ansiedade e depressão?

A ansiedade faz parte do quadro clínico da depressão e está associada às alterações de humor e aos estados depressivos.

Podemos assim dizer que todas as pessoas que sofrem de depressão têm graus mais ou menos intensos de ansiedade, assim como quem sofre de ansiedade está deprimida ou em vias de deprimir.

Quais são os sintomas da ansiedade grave?
A ansiedade é acompanhada de vários sintomas físicos:
  • aceleração respiratória,
  • alteração do batimento cardíaco,
  • xixis frequentes,
  • diarreia frequente,
  • desfalecimento das pernas,
  • palidez,
  • contracção ou relaxamento do musculo facial,
  • sudação das palmas das mãos ( resposta galvânica da pele),
  • sudação de todo o corpo,
  • sensação de vertigem.
 Como é que a ansiedade evolui de normal para patológica?
Quando a pessoa já não consegue controlar as emoções e sente-se num estado de ansiedade generalizado, ou seja, em todas as situações da sua vida quotidiana. As emoções descontrolam-se, o cérebro deixa de produzir neurotransmissores e a ansiedade instala-se impedindo a pessoa de funcionar. Aparecem as mais diversas fobias, ou ataques de pânico, geradores de um desconforto enorme.

  O que é e como se manifesta a ansiedade generalizada?

A Ansiedade Generalizada manifesta-se por um estado de tensão, duma inquietude permanente, sem que algum acontecimento exterior o possa explicar. São pessoas que estão permanentemente em sobressalto e sofrem com isso. O sintoma-chave é uma ansiedade ou um medo não realista, e excessivo, face a acontecimentos futuros.

  As queixas somáticas são: dores de estômago, dores de cabeça (cefaleias), diarreia, suores e transpiração excessiva, vertigens.... Esta psicopatologia torna-se um handicap porque torna a vida complicada e difícil de ser vivida, nomeadamente no quotidiano, no trabalho e nas relações pessoais.

  Estima-se que a sua prevalência seja de 3 a 7%, com uma incidência mais elevada nos filhos mais velhos e nos filhos únicos. São pessoas muito conscienciosas e que têm necessidade de serem tranquilizadas permanentemente.
  
A ansiedade generalizada evolui para doença: transforma-se em fobias e obsessões /compulsões.

  Tratamento da ansiedade

Sofrer de perturbação da ansiedade não é nenhuma banalidade nem uma fatalidade.

Os tratamentos para cada tipo de ansiedade variam e são estabelecidos em função da natureza do problema (fobias, obsessões, pânico, etc.) e estabelecidos em função da personalidade do sujeito que as sofre.

Podemos encontrar ansiedades que se exprimem por outros tipos de sintomas como por exemplo, no caso de homens com ejaculação precoce, ou com impotência sexual, ou casais que há muito tempo tentam ter um filho, etc., depois de se terem realizados os despistes e exames médicos necessários, e ter-se verificado a ausência de efeitos fisiológicos, verifica-se que a ansiedade e a perturbação emocional são um factor enorme e responsável, na manutenção dessas dificuldades.

Ou ainda, pessoas que encontram no álcool, ou nas drogas, um escape para verem as suas angústias e preocupações aliviadas, e acabam por entrar num esquema traiçoeiro onde num primeiro momento as utilizam como qualquer coisa que ajuda a ficar mais calmo e que até dá prazer, mas mais tarde num esquema de dependência.

 Os exemplos podem ser vários, mas o importante a saber é que, uma grande parte das ansiedades patológicas são curáveis, outras serão susceptíveis de melhoramentos consideráveis que permitem, na generalidade, devolver às pessoas uma vida normal.
  
O tratamento é combinado em algumas situações, ou seja, com terapia medicamentosa ansioliticos e antidepressivos e psicoterapia em simultâneo.
  
Saliento que só a medicação não resolve o problema é sempre necessário fazer a psicoterapia.
O objectivo da medicação é ajudar a psicoterapia.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Geração à rasca. Insegurança desencadeia ataques de pânico


Estão a aumentar os problemas com ansiedade nos jovens portugueses e os médicos procuram as razões.
O Jornal i exemplifica a crescente preocupação que se instalou na sociedade portuguesa com o caso de Catarina, 19 anos: em seis meses deixou de conseguir fazer a pé os 15 minutos entre a casa e a faculdade.
Tudo por causa dos ataques de pânico acompanhados de taquicardia e dores de cabeça, e de um medo de uma doença mortal que não foi revelada por nenhum exame médico.
«Sei que é psicológico mas acaba por ser limitativo. Vai-se agravando, deixamos de fazer as coisas com medo de que nos dê alguma coisa. Vou no metro sozinha e é aquela sensação de que vou morrer ali, com toda a gente a olhar e ao mesmo tempo ninguém conhecido», afirma a estudante em História citada pelo jornal.
Casos como o de Catarina, não havendo números que digam se estão a aumentar, começam a ser mais visíveis nos consultórios, confirmam psicólogos contactados pelo i.
O momento de entrada na faculdade ou a transição para a vida profissional acabam por desencadear picos de ansiedade e pânico, que revelam quadros de depressão e insegurança que muitas vezes os pais só reconhecem quando são forçados a ir a uma urgência, explica Maria de Jesus Candeias, psicóloga clínica na Crescer, Centro de Psicologia Infantil e Juvenil.
Por detrás da ansiedade, que pode transformar-se em pânico, a psicóloga acredita que está o aumento da exigência dos papéis escolares e profissionais mas também o facto de os jovens crescerem mais sozinhos, com prejuízo para a autoconfiança e redes de segurança.
entrevista cedida por Maria de Jesus Candeias, Psicóloga ao jornal i, em 29/8/2011

terça-feira, 21 de junho de 2011

Obsessões e compulsões em crianças: Normal ou patológico?



“Um, dois, três, quatro, cinco, seis” – diz a criança no carro a contar as árvores ou postes que vão passando.

É habitual e até normal as crianças apresentarem, ao longo do crescimento, algumas obsessões. No entanto, com o desenvolvimento psicológico é espectável que esses pensamentos obsessivos e intrusivos desapareçam.

Como as crianças têm, normalmente, uma enorme dificuldade em relatar e descrever sensações, emoções e/ou sintomas, muitas vezes as suas as atitudes obsessivas e/ou compulsivas podem ser mal entendidas pelos pais, os quais tentam corrigir com chamadas de atenção, castigos ou agressões.

É importante, então, compreender do que se trata quando se fala de Perturbação Obsessiva-Compulsiva da Personalidade.

A obsessão é caracterizada pelo perfeccionismo, pela preocupação excessiva com detalhes, regras, listas, ordens, organização ou horários, entre outros. É comum que esta se desenvolva antes das obsessões ou, até mesmo, que exista sem obsessões (no caso das crianças). E há diversas formas de se mostrar. Por exemplo:
  • Ideias obsessivas de Dúvida - dificuldade em acreditar que determinada tarefa foi feita da forma certa. Ex: Nestes casos, os cadernos das crianças têm muitos sinais de borracha por terem apagado e escrito muitas vezes a mesma palavra
  • Ideias obsessivas de Sujidade e Contaminação – estão relacionadas com temas como pó, sangue, doenças. A criança pode ter ideias obsessivas quanto à sua auto-estima, achando-se suja por exemplo.
Por sua vez, a compulsão, é um comportamento sistemático, repetitivo e intencional que surge, muitas vezes, devido à ansiedade causada pela obsessão ou para evitar que alguma situação que assusta a criança realmente ocorra. Por exemplo: “se eu não bater na madeira 3 vezes, alguém de minha família vai ficar doente”... “se eu não rezar 2 vezes essa oração, o monstro mau aparece debaixo da cama”...

 As compulsões mais comuns são:
Limpeza e descontaminação - como por exemplo, lavar mãos, roupas, objectos pessoais repetidamente

Verificação - diz respeito à necessidade absurda de testar, conferir ou examinar repetidamente as coisas para conferir que ficou bem feito. Por exemplo, voltar inúmeras vezes para confirmar se a porta está fechada, a luz apagada, a janela fechada, a gaveta fechada, etc.  
  • Repetir ou tocar - muito comum também, uma vez que a própria característica das compulsões é a repetição. Acender e apagar a luz diversas vezes para aliviar a ansiedade da dúvida de ter deixado acesa .

  • 33 a 50% das pessoas referem que o início da perturbação ocorreu na infância ou adolescência pelo que é preciso estar atento quando um pequeno grau de obsessões não só se mantém como, diversas vezes, aumenta e domina o dia-a-dia da criança, colocando-a num enorme sofrimento pois, por vezes, o inicio é repentino e muito claro para as pessoas em redor; outras vezes é insidioso e pouco óbvio.

    Outro sinal que poderá ser valioso para os pais diz respeito ao rendimento escolar. Este, por norma, tende a diminuir como consequência da menor capacidade de concentração da criança, que se encontra dominada e assaltada por outros pensamentos que não aqueles que dizem respeito à aprendizagem.

     Acima de tudo, independentemente das diversas características que a Perturbação Obsessivo-Compulsiva pode ter e apresentar, é fundamental compreender se o bem-estar da criança está a ser posto em causa pois, muitas vezes, a criança, devido às obsessões e/ou compulsões, sofre internamente, muitas vezes de forma silenciosa, e nestes casos é importante procurar ajuda especializada.

    A intervenção precoce nestes casos pode evitar a consolidação de funcionamentos muito angustiantes para a criança.

     É fundamental nunca esquecer que, a infância, apesar de repleta de contos infantis com finais felizes, salas de brinquedos e muita inocência pode, naturalmente, ser contaminada por dúvidas, medos, receios e/ou angústias. Que são válidas e legitimas e que devem ser ouvidas e tratadas para que a criança e os pais consigam dar um nome ao sofrimento que não entendem e reconhecem. 

    Por Maria de Noronha, Psicóloga Clínica.

    sábado, 14 de maio de 2011

    TERAPIA FAMILIAR

    O que é?

     
    A terapia familiar sistémica, cujas formas mais conhecidas são a terapia familiar e a terapia conjugal, é uma forma de psicoterapia que se centra nas relações e na dinâmica própria de cada unidade familiar.

     
    Independentemente da origem do problema trazido a consulta, a terapia familiar acredita que o envolvimento da família traz benefícios na sua resolução.

    A família é o primeiro contexto social que conhecemos e é nela que iniciamos a aprendizagem da relação com o outro. É a nossa primeira referência em termos de valores e papéis sociais e é dentro dela que se vão tecendo as emoções que nos formam como pessoa. É também nas famílias que germinam alguns dos conflitos, bloqueios e obstáculos mais difíceis de ultrapassar. Por esse motivo, nelas residem as soluções para alguns problemas individuais, familiares e conjugais.

    O conceito de família não se restringe, para um terapeuta familiar, ao modelo “tradicional” (casal, pais e filhos), mas procura abranger as redes de apoio e as relações mais significativas entre as pessoas envolvidas numa dada situação, com ou sem grau de parentesco entre elas.

     
    Como se processa?

    Na abordagem da terapia familiar e conjugal, proporciona-se um espaço conjunto de resolução de problemas, gerindo-se o impacto que o processo terapêutico vai implicando no todo familiar/conjugal.

    Nos casais trabalha-se a comunicação, o respeito pela individualidade, a etapa da relação e o projecto de vida comum. Na família procuram-se soluções para o crescimento autónomo de cada membro, a par da atenção dada a toda a dinâmica e crescimento emocional da unidade familiar.

    A metodologia de intervenção procura encontrar soluções breves e satisfatórias para todos os elementos utilizando os recursos da própria família. As situações de mal-estar ou ruptura vão-se transformando em oportunidades de crescimento conjunto à medida que se vão optimizando as forças, a sabedoria e o apoio do sistema familiar.

    Embora a terapia familiar seja eficaz em qualquer situação de sofrimento ou dilema humano, ficam alguns exemplos de situações em que se tem revelado eficaz:

    Áreas de Intervenção:

     
    • Instabilidade Emocional
    • Crises Conjugais
    • Conflitos Casal / pais- filhos
    • Infidelidade
    • Apoio Parental
    • Imigração/Adaptação cultural 
    • Problemas de comportamento social/escolar
    • Adaptação a situações de doença/condição crónica
    • Situações de Luto
    • Saúde Mental 
    • Comportamentos aditivos (álcool, drogas, jogo)
    • Agressividade/Violência
    • Transtornos emocionais como ansiedade e depressão
    • Conflitos com a família de origem
    • Desentendimentos financeiros
    • Mediação familiar em situações de ruptura
    • Divórcio

     por Dora Rebelo, Terapeuta Familiar

     

    sexta-feira, 4 de março de 2011

    Como comunicar aos filhos pequenos que o casal se vai divorciar



    Artigo Publicado In Saúde Activa, Março 2011 por Maria de Jesus Candeias.

    A separação de um casal é sempre um processo difícil, que acarreta alterações no quotidiano para toda a família. Tanto mais quando existem filhos no meio, perdidos entre inseguranças, receios e falsas culpas.

    Numa situação de divórcio, não só os pais são assaltados por sentimentos avassaladores, também as crianças sentem raiva, tristeza, fracasso ou dor. Será bom não esquecer este facto e criar condições para que uma expressão emocional adequada possa acontecer.


    O sofrimento dos filhos com o divórcio dos pais é uma realidade da qual não há como escapar. Porém, o modo como as crianças reagem depende, em grande escala, da maneira como seus pais se comportam, encaram esta mudança e agem um com o outro.

    O que destabiliza emocionalmente os filhos, por ocasião de um divórcio dos pais, não é só a separação em si, mas também os conflitos prévios e o modo como a separação é transmitida e vivenciada daí em diante por ambos os progenitores.

    Antes de mais, e sem rodeios, é importante assumirmos que este é um passo difícil, tanto para os pais, como para as crianças. Não há forma de o tornar indolor. No entanto, há algumas variáveis que podem facilitar ou dificultar o processo.

    Se a separação ainda não é uma certeza, isto é, se o casal está temporariamente separado ou se já houve outras saídas de casa antes, é contraproducente dizer aos filhos que os pais se vão divorciar. É importante que as reacções geradas por impulso sejam devidamente ponderadas, para que a precipitação dos adultos não magoe as crianças inutilmente.

    Por outro lado, a partir do momento em que o divórcio é uma certeza, os pais devem preparar-se para contar aos filhos. As crianças confiam plenamente nos pais e, se perceberem que estes estão a esconder-lhes a verdade, sofrerão sozinhas e tenderão a confiar muito menos nos adultos em geral.


    Para minimizar o sofrimento dos filhos, os pais devem antes de mais promover uma postura da verdade. Depois de tomada a decisão da separação, não vale a pena deixar arrastar a conversa obrigatória com os filhos. O pior é deixá-los perceber que algo se passa sem se prontificarem desde logo para falar, esclarecer e dissipar dúvidas.


    A dúvida só potencia sentimentos de insegurança e medo aos filhos, que não compreendem exactamente o que está a acontecer. A criança deve ficar a par da nova situação, o mais cedo possível e sempre em conversa, conjunta, com o pai e a mãe, juntos, e nunca por intermédio de terceiros.

    Por isso, é importante que os pais se organizem em nome do bem-estar dos filhos e… CONTEM A VERDADE. Idealmente, “a” conversa deverá ocorrer quando todos os membros da família estiverem presentes. Claro que isto nem sempre é possível. A mágoa e o ressentimento podem impedir o casal de viver esta etapa a dois. Se tal não for possível, é importante que ambos digam mais ou menos a mesma coisa em momentos distintos.

    Mesmo com crianças mais pequenas, é importante verbalizar a situação, nem que seja através de uma história que ilustre de forma, o mais realista possível o que se vai passar.


    Há que ter sempre em atenção a capacidade de compreensão da criança, adaptando aquilo que se vai dizer à sua idade, e não esquecer que esta deve ser poupada a pormenores detalhados da separação que só contribuem para aumentar sentimentos negativos. A honestidade e serenidade devem estar presentes no discurso.
    Mesmo quando a relação do casal já comporta alguma agressividade, expressa em momentos de discussões abertas, a conversa com a criança deve ser calma e serena. Explicado o porquê, os pais, por muito que lhes custe ver os filho sofrer, devem abrir um espaço para que as crianças manifestem os seus sentimentos. É importante deixá-las chorar ou mesmo expressar de forma livre todas as emoções negativas e dúvidas que geralmente marcam a reacção ao divórcio: raiva, insegurança, dor. É essencial estarem atentos aos sinais posteriores, verbais e não verbais, que a criança venha a transmitir.


    O facto de as crianças, nomeadamente as crianças pequenas, não se pronunciarem em relação ao tema não quer dizer que não saibam de nada. Nalguns casos as crianças decidem cooperar com o “jogo”, respeitando o silêncio dos pais. Percebem que o assunto é melindroso e adoptam uma postura protectora: se os pais não falam, elas também não. Este sofrimento solitário pode traduzir-se em reacções muito diferentes:

    - Há crianças que se portam excepcionalmente bem, achando que detêm alguma culpa nesta desgraça;
    - Outras manifestam a sua tristeza através de “dores de barriga”, birras inesperadas ou resistência à escola;
    - Algumas crianças tentam “proteger” o progenitor que é visto como mais fraco – o que chora mais, o que foi traído, ou o que se mostra mais abatido com a separação.
    - Também há crianças que “fogem” do assunto como quem foge do monstro papão.

    Quanto mais novos forem os filhos, maior a necessidade de sentirem a segurança das decisões dos pais. Daí que seja importante contar-lhes as mudanças que aí vêm. Cabe aos pais tentarem antecipar estas dúvidas.

    Mesmo nos casos de divórcios litigiosos ou conflituosos, os pais devem fazer um esforço para que esta hostilidade não tenha os filhos por espectadores. Decidir a nova situação familiar - custódia, visitas, apoio financeiro, etc. - não pode ser pretexto para mais discussões.

    Pelo contrário, a nova rotina familiar deve ser apresentada à criança serenamente para que esta sinta alguma segurança e confiança na sua nova vida.

    São, ainda, de evitar comportamentos que envolvam os filhos no processo de divórcio, como ter discussões à frente deles ou usá-los como “arma” nas zangas.

    Para marcar bem a distinção entre o que se passa na vida de casal e o que acontece entre pais e filhos, não se pode criticar a outra figura parental em frente à criança, utilizá-la como tema de discussão entre pai e mãe ou recorrer a comparações do género "a mãe gosta mais de ti do que o pai porque ele é que se foi embora". Afirmações deste género, vão futuramente levar a criança anão querer estar com o progenitor que é visto por ele como o rejeitante, o que pôs fim ao casamento. O respeito entre os ex-cônjuges é essencial para a manutenção do bem-estar dos filhos.


    As crianças devem também ser esclarecidas acerca do facto do processo de divórcio ser permanente, de forma a não alimentarem a fantasia de uma reconciliação. Logo, o casal só deve ter esta conversa com as crianças quando o divórcio é, para eles próprios, uma situação irreversível, quando a decisão está definitivamente tomada.
     Os pais devem igualmente, deixar claro que ser filho de pais separados não é motivo de vergonha ou embaraço e que estão sempre disponíveis para apoiar os filhos no sentido de superarem as dificuldades inerentes à sua adaptação a uma nova situação familiar.

    Esta conversa (ou estas conversas…) deve(m) servir para lembrar às crianças que ELAS NÃO TÊM CULPA NENHUMA do que está a acontecer.

    Garantir às crianças que os dois vão continuar a acompanhá-las é fundamental. Mais do que nunca é importante assegurar-lhes que ambos vão marcar presença nas suas rotinas e nas diferentes e actividades que compõem as suas vidas: escola, actividades de tempos livres, idas ao médico, mas também as refeições, a hora do deitar e o tempo em frente à televisão.

    O facto de os pais já não conseguirem viver juntos não deve implicar que os filhos percam o contacto regular com qualquer um deles, já que isso prejudicaria o seu desenvolvimento.


    O pai e a mãe fazem parte do património da criança. Quando um dos progenitores dificulta ou impede o contacto com o outro está seriamente a prejudicar a criança e o seu bem-estar futuro. Do mesmo modo a criança tem direito à sua família alargada (avós, tios, primos) maternos e paternos, pelo que tudo deve ser feito para que estes laços não se percam com a mudança.

    Sintetizando, eis alguns conselhos para falar de divórcio com os filhos:

    - Explique ao seu filho, que o pai e a mãe já não podem ou não desejam viver juntos, e que a partir de agora, viverão em casas diferentes.
    - Fale com seus filhos da realidade da separação, tendo o cuidado de não culpar ninguém.
    - Assegure repetidamente aos seus filhos que ambos pais, continuam a amá-los da mesma e que ele será visitado pelo pai ou a mãe que não ficar com a sua custódia.
    - Mantenham constantes ao máximo as rotinas habituais das criança : domicílio, ambiente, relações com os pais, colégio, horários, amigos, etc.
    - Assegure aos seus filhos que eles não têm nenhuma responsabilidade pelo que ocorreu, pelo divórcio. Eles não têm culpa.
    - Explique claramente que o divórcio é definitivo. Que não existe a possibilidade de voltar atrás.
    - Trate de proteger as opiniões positivas que seu filho tem de ambos pais.
    - Facilite a relação do seu filho com o progenitor, sendo flexível nos horários, etc.
    - Trate com o progenitor que não teve a custódia, tudo relacionado com a educação, saúde, etc. do seu filho, e não use a criança como mensageiro.


    È importante que os pais nãos e esqueçam que no divórcio, o conflito é conjugal e não parental, e que quando se estão a separar se estão a separar do cônjuge e não dos filhos.

    quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

    Tristeza ou Depressão?


    A tristeza é uma reacção normal e saudável a qualquer infortúnio.


    A maioria, se não todos, os episódios mais intensos de tristeza da nossa vida são originados por condições de vida adversas, o divórcio, a perda de um ente querido, da pessoa amada, o desemprego, a incapacidade em lidar com determinadas situações ou em ultrapassar obstáculos entre outros problemas que nos surgem ao longo do dia-a-dia e da nossa vida.

    E isto acontece tanto nas crianças, como nos jovens como inevitavelmente nos adultos.

    Uma pessoa triste sabe quem (ou o que) perdeu e está triste porque gostava de voltar à situação anterior, o que nem sempre acontece ou é possível.

    Ficar triste por perda da saúde, ou de um casamento, ou da perda de alguém querido, numa fase inicial, não é depressão, é tristeza, embora os sintomas possam ser idênticos.

    Ainda assim, por vezes poder-se-á sentir triste durante algum tempo quando algum problema adverso surge na sua vida.

    Porém, o que se espera é que após um acontecimento que nos deixa muito triste, passado algum tempo, máximo seis meses, sejamos capaz de ultrapassar essa tristeza e retomar o nosso bem-estar emocional, ultrapassando essa tristeza.

    Se tal não acontece, e se mesmo antes deste tempo, surgem outros sintomas (pelo menos mais dois) associados, então estamos a deprimir.

    Desta forma, podemos dizer que o que distingue a depressão da tristeza é a continuidade desta tristeza por demasiado tempo, e o surgimento de outros sintomas associados tais como:
    • Alteração do apetite (falta ou excesso de apetite);
    • Perturbações do sono (sonolência ou insónia);
    • Fadiga, cansaço e perda de energia;
    • Sentimentos de inutilidade, de falta de confiança e de auto-estima, sentimentos de culpa e sentimento de incapacidade;
    • Falta ou alterações da concentração e da memória;
    • Preocupação com o sentido da vida e com a morte;
    • Desinteresse, apatia e tristeza;
    • Alterações do desejo sexual;
    • Irritabilidade;
    • Manifestação de sintomas físicos, como dor muscular, dor abdominal, vómitos, enxaquecas, entre outros.
    No entanto importa referir que se é verdade que muitas depressões, são o que nós chamamos “depressões reactivas”, ou seja são uma reacção a acontecimentos de vida, como atrás referi, também é verdade que existem outras depressões, e estas começam geralmente na infância e adolescência, em que o que está por detrás é a falta de amor, ou antes, faltou o sentimento e a segurança de ser amado. A pessoa tem uma tristeza profunda, mas não sabe a sua origem. A tristeza faz parte do indivíduo, da sua forma de ser. Sempre se conheceu assim.

    Neste último tipo de depressão, o que a originou foi a falta o amor, ou antes, o sentimento de ser amado! Por isso, a depressão, é considerada uma doença dos afectos.

    A depressão pode ser episódica (acontece apenas uma vez na vida do indivíduo), recorrente (quando de vez em quando a pessoa deprime e vai-se abaixo, tendo porém períodos em que está bem) ou crónica (quando a pessoa está sempre deprimida, conduzindo a uma diminuição substancial da capacidade do indivíduo em assegurar as suas responsabilidades do dia-a-dia.

    Mas o que é afinal a depressão?

    A depressão é uma doença mental que se caracteriza por tristeza mais marcada ou prolongada, perda de interesse por actividades habitualmente sentidas como agradáveis e perda de energia ou cansaço fácil.

    A Depressão altera a maneira como a pessoa vê o mundo e sente a realidade, entende as coisas, manifesta emoções, sente a disposição e o prazer com a vida.

    Afecta a forma como a pessoa se alimenta e dorme, como se sente em relação a si próprio e como pensa sobre as coisas.•
    Ter sentimentos depressivos é comum, sobretudo após experiências ou situações que nos afectam de forma negativa. No entanto, se os sintomas se agravam e perduram por mais de duas semanas consecutivas, convém começar a pensar em procurar ajuda.

    A depressão pode durar de alguns meses a alguns anos. Contudo, em cerca de 20 por cento dos casos torna-se uma doença crónica sem remissão. Estes casos devem-se, fundamentalmente, à falta de tratamento adequado.


    O procurar ajuda atempadamente, de um psicólogo ou psicoterapeuta, poderá minimizar de imediato um sofrimento inimaginável para as pessoas sadias, e é sem dúvida a melhor forma de prevenir o agravamento dos sintomas.

    No entanto, acho pela minha experiência clínica que o facto de se falar tanto na depressão, e sendo mesmo considerada a doença do Século , parece-me não existir, ainda, um esclarecimento correcto acerca dela.
    Existem alguns mitos e falsas crenças sobre a depressão, muitas vezes vista como um sinal de fraqueza, de falta de pensamentos positivos ou uma condição que possa ser superada apenas pela força de vontade ou com esforço.

    Assim, quando alguém diz que está deprimido, ou se refere a alguém deprimido dá um tom de pouca importância ao assunto, e reforça que a pessoa precisa de ter força de vontade como se isso bastasse para o curar.

    Ninguém se cura, de uma depressão, só com força de vontade e com pensamentos positivos.

    Isto faz com que muitos casos que me chegam já estejam ou acamados, sem já conseguir funcionar nem trabalhar. Outros com muita vergonha, como se fossem uns fracos por estar a pedir ajuda!

    É importante salientar e interiorizar que a depressão é uma perturbação mental séria, que ocorre desde a 1ª infância à 3ª idade, e se não for tratada, pode conduzir ao suicídio, uma consequência frequente da depressão.

    No caso das crianças e adolescentes, quanto mais cedo iniciar uma psicoterapia, mais probabilidades tem de na vida adulta vir a ter uma vida normal e sem sofrimento.

    Neste caso o papel dos familiares é fundamental. Muitas vezes o doente deprimido, já não tem força nem vontade para nada. Não acredita em solução para a sua vida e para os seus problemas, já não tem força para procurar ajuda.

    Quando a pessoa precisa de ajuda e resiste a ir a uma consulta, os familiares poderão marcar consulta em conjunto (pais/ filhos pequenos ou adolescentes, maridos/ esposas, etc), sendo a consulta para a família e, deixar ao psicoterapeuta a tarefa de “ convencer” a pessoa a iniciar um tratamento.

    É pois, urgente aprender a reconhecer a depressão como uma doença e não como uma fraqueza, como uma “ personalidade fraca” como me dizem alguns pacientes, e pedir ajuda especializada quanto antes!


    É possível prevenir a depressão?

    Como em todas as doenças, a prevenção é sempre a melhor abordagem, designadamente para as pessoas em situação de risco, pois permite a intervenção precoce de profissionais de saúde e impede o agravamento dos sintomas.

    Se sofre de ansiedade e/ou ataques de pânico, não hesite em procurar ajuda especializada, pois muitas vezes são os primeiros sintomas de uma depressão.

    Se apresenta queixas físicas sem que os exames de diagnóstico encontrem uma explicação então aborde o assunto com o seu médico assistente.

    Como se trata a depressão?

    A Psicoterapia é fundamental no tratamento da depressão tendo muitas vezes, numa fase inicial de ser coadjuvada com a terapia farmacológica.


    A Psicoterapia é fundamental para ajudar a pessoa a encontrar dentro de si recursos necessários para lidar com os acontecimentos geradores de tensão e ansiedade, assim como a diminuir o seu sofrimento, aumentar o seu bem – estar consigo próprio e com a vida!

    A Psicoterapia é a forma cientificamente comprovada de obter resultados duradouros na perturbação depressiva.

    Artigo publicado IN "Saúde Activa", por Maria de Jesus Candeias

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