Hoje, no Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, somos relembrados da importância crucial de agir e aumentar a consciencialização sobre um tema que, muitas vezes, permanece nas sombras, mas que deveria estar no centro das nossas atenções – os comportamentos autolesivos e suicidários. Estes são assuntos delicados, carregados de dor, mas fundamentais para serem discutidos abertamente. Ninguém deve enfrentar estes desafios sozinho.
Consultório de Psicologia e Psicoterapia "Mais Amor, Menos Doença"
Como posso ajudar? Se está a ler esta página, é porque está a considerar recorrer à ajuda de um psicólogo para alguma situação que o(a) incomoda. A Minha experiência tem sido bastante diversificada. Tenho larga experiência com Crianças, com Adolescentes, Adultos e Casais. Neste blog pode encontrar informação sobre diversas patologias e artigos de opinião. Se precisa de ajuda contacte-me! Cuide de Si!
CONSULTAS ONLINE E PRESENCIAL
terça-feira, 10 de setembro de 2024
10 de Setembro Juntos pela Vida – Consciencialização e Ação na Prevenção do Suicídio
quarta-feira, 25 de outubro de 2023
Programa Psicoterapêutico Especifico para Tratamento Perturbação Borderline e Risco suicidário em adolescentes e jovens adultos
⚡️Dificuldades nas relações interpessoais (elevada conflitualidade ou medo de se relacionar)
⚡️Problemas do comportamento- autolesivos, suicidários, consumos de substâncias, comportamentos de risco
⚡️Problemas alimentares (anorexia e bulimia)
Dra. Maria de Jesus Candeias
Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta e Psicanalista de Adultos e Adolescentes. Terapeuta Familiar. Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde, Psicoterapia, Psicologia da Justiça, Psicologia Comunitária e Supervisão, pela Ordem dos Psicólogos . Mestre em Proteção de Crianças e Jovens em risco, incluindo abuso sexual de menores. Investigadora e doutoranda no ISPA na área do suicídio. Formação em MBT pelo Centro Anna Freud (.Reino Unido). É ainda, Membro Fundador e da Direção da PsiRelacional- Associação Portuguesa de Psicanálise Relacional. Coordenadora Pedagógica e Formadora da Especialização de Psicoterapeutas da PsiRelacional. Cédula profissional nº 5335.
Dr. Luís Chincalece
Psicólogo Clínico, Mestre em Psicologia Clínica pelo ISPA. Psicoterapeuta Psicanalítico em Formação na Associação de Psicanálise Relacional - PsiRelacional. Perito em Psicologia Forense no INMLCF há 12 anos, com Formação Especializada em Avaliação Psicológica de Crianças, Jovens e Adultos. Membro Efetivo da Ordem dos Psicólogos com a Cédula Profissional n.º 12499
quarta-feira, 13 de setembro de 2023
Perturbação Obsessiva e Compulsiva
A Perturbação obsessiva e compulsiva (POC) é uma perturbação muito
frequente. Segundo alguns estudos, a POC é a 4ª perturbação psicológica mais
frequente, afetando cerca de 2,3 % dos adultos e acontece
aproximadamente com a mesma frequência nas mulheres e nos homens.
De uma forma genérica, trata-se de uma perturbação da ansiedade
caracterizada por obsessões e compulsões.
As obsessões são pensamentos
e imagens, intrusivos e indesejados, que a pessoa não consegue controlar, e que
a fazem sentir-se extremamente ansiosa.
As compulsões são comportamentos
ou actos mentais repetitivos e rígidos que o sujeito não consegue
controlar. Estas compulsões têm uma
função protectora na medida em que, de uma forma algo mágica, fazem baixar
a ansiedade logo após terem sido executados.
Muitas vezes as obsessões e as compulsões surgem associadas e aí
falamos de perturbação obsessivo-compulsiva, podem,
no entanto, apresentar-se em separado.
Há pacientes que só apresentem obsessões sem que passem ao acto,
ou seja, que executem rituais compulsivos e há também pacientes só com queixas
de compulsões mas sem obsessões.
A Perturbação obsessiva e compulsiva caracteriza-se pela presença de ideias, de imagens ou de impulsos recorrentes,
não desejados, invasores que parecem sem sentido, estranhos, indecentes ou
aterradores (obsessões) e, ao mesmo tempo, uma urgência ou uma compulsão
para fazer algo que liberte da incomodidade causada pela obsessão.
Os temas obsessivos omnipresentes são o dano, o risco ou o perigo.
Entre as obsessões mais frequentes estão as preocupações pela contaminação,
pela dúvida, pela perda e pela agressividade.
Caracteristicamente, as pessoas
com uma perturbação obsessivo-compulsiva sentem-se impulsionadas a efectuar
rituais (actos repetitivos, com um propósito, intencionais).
Os rituais mais comuns para
controlar uma obsessão incluem lavar-se ou limpar-se para se libertar da
contaminação, verificações repetitivas para suprimir as dúvidas, guardar as
coisas para que não se percam e evitar as pessoas que pudessem ser objecto de
agressão. De um modo geral, os rituais consistem na lavagem excessiva das mãos
ou na verificação repetitiva para se assegurar de ter fechado a porta. Outros
rituais são mentais, como o cálculo repetitivo ou fazer afirmações para
diminuir o perigo.
As pessoas podem ter uma obsessão por qualquer coisa e os seus
rituais não estão sempre ligados de forma lógica à incomodidade que se tenta
aliviar. Por exemplo, uma pessoa que está preocupada com a contaminação pode
ter sentido alívio uma vez ao ter metido casualmente a sua mão no bolso. A
partir desse momento, cada vez que surge uma obsessão relacionada com a
contaminação, introduz repetidamente a sua mão no bolso.
De um modo geral as pessoas
com perturbações obsessivo-compulsivas estão conscientes da irracionalidade das
suas obsessões e sabem que os seus medos não refletem riscos reais, mas não
conseguem fazer diferente.
Estes pacientes reconhecem que o seu comportamento físico e mental
é excessivo ao ponto de chegar a ser insólito. Porém não conseguem alterar o
rumo dos seus pensamentos. Daí a diferença entre a obsessão compulsiva e as
perturbações psicóticas, nas quais as pessoas perdem contacto com a realidade.
Muitas das pessoas afetadas por esta perturbação têm vergonha de
ser descobertas, e por isso realizam, com frequência, os seus rituais de modo
secreto, embora estes lhes tomem várias horas por dia.
Cerca de um terço das pessoas com uma obsessão compulsiva
encontra-se em estado depressivo quando se diagnostica a perturbação.
Tratamento
A Psicoterapia revela-se
de grande eficácia para as pessoas com perturbação obsessiva e compulsiva.
Por vezes numa fase inicial pode ser necessária uma combinação da
psicoterapia com a farmacoterapia.
No entanto, o facto destes pacientes muitas acreditarem que
conseguem controlar a situação sozinhos, dominar os seus próprios pensamentos,
acabam por deixar arrastar a situação durante vários anos, e chegam-nos, muitas
vezes, num estado já muito avançado da doença, em que já perderam o controlo
total sobre as suas vidas e em que já não conseguem funcionar, ou quando alguém
os obriga a pedir ajuda!
Um caso
O cliente estava desesperado. Ao longo dos anos em que durava o
problema, apesar de alguns períodos em que parecia que melhorava, o facto é que
a situação, gradualmente, se agravava e, nesse momento, tinha, já, proporções
assustadoras. A sua qualidade de vida tinha baixado bastante: cada vez mais
isolado e cada vez mais impossibilitado de se conseguir organizar no tempo. As
suas obsessões perseguiam-no dia e noite.
Os
seus comportamentos compulsivos eram vistos como bizarros pelas pessoas que o
rodeavam, determinando o seu progressivo afastamento e um sofrimento grande por
se sentir incompreendido e estranho. O tempo que era consumido em hospitais e a
fazer análises roubava-lhe a possibilidade de investir o seu tempo de uma forma
útil e agradável. A sua grande obsessão era ser contaminado pelo vírus HIV, ou
por alguma outra doença grave. Além do sofrimento diário com estas ideias
obsessivas, os seus comportamentos compulsivos eram muito visíveis e consumiam
muito tempo: Ia quase diariamente às urgências do Hospital, com sintomas
diferentes, para que lhe fizessem análises. Por vezes intercalava com análises
em clínicas privadas, para confirmar que estava contaminado. O seu lado
"mais saudável" permitia que reconhecesse a irracionalidade do seu
comportamento, mas o medo era mais forte e não conseguia evitar as suas idas ao
hospital.
Quando nos conhecemos, numa urgência, não dormia há mais de 48
horas, não comia há algum tempo, vivia completamente isolado no seu quarto, e o
trabalho há mais de um mês que tinha entrado de baixa médica. …Impossível
descrever aqui tudo. De tal forma, que o seu comportamento diário se tornava
muito estranho para quem o via e era motivo de permanente ansiedade e
sofrimento. Dada a complexidade deste caso, foram precisas muitas sessões para
que a normalidade voltasse a instalar-se na sua vida. Mas houve um final feliz:
ficou bem!
Deixo por isso um alerta: não deixe que o seu sofrimento se
arraste. Esta situação não se resolve
com o tempo!
A doença mental tem cura. Mas precisa de intervenção especializada!
Não tenha vergonha! Peça ajuda! Cuide da sua saúde.
Maria de Jesus Candeias, Psicoterapeuta Psicanalítica e Psicóloga Clínica
quarta-feira, 21 de junho de 2023
Perturbação de Personalidade Borderline e Comportamentos suicidários na Adolescência: sinais de risco e alerta
Deixo-vos um vídeo publicado hoje, de uma entrevista minha cedida à PsicoTV sobre Perturbação da Personalidade Borderline e os Comportamentos Suicidas em adolescentes e adultos. Falámos no surgimento do meu interesse nestas áreas, o agravamento da da doença mental durante crises, os sinais de alerta, a importância de campanhas e informações para sensibilizar e desmistificar esses temas. Um vídeo informativo e inspirador para quem procura compreensão e reflexão sobre essas temáticas delicadas.
quarta-feira, 31 de maio de 2023
“Os rituais levam-nos a fazer balanços e a ver o que é preciso mudar, mas não há milagres: é preciso fazer por isso”
A psicóloga, psicoterapeuta e investigadora Maria de Jesus Candeias, um dos membros fundadores da PsiRelacional, aborda os efeitos psicológicos de um ano negro e o valor dos rituais para entrar num novo ciclo com saúde e resiliência
quarta-feira, 17 de maio de 2023
Psicoterapia de Grupo | Adolescentes e Jovens Adultos- Mentalization Based Group Therapy - VAGAS ABERTAS
👉Vagas Abertas:
Grupos de Adolescentes e jovens adultos 5ª feiras 18h45- 20h10
👉Se quiser ser contactada (o) para saber mais informações, submeta o questionário abaixo:
https://forms.gle/qWU42asAxo6AFtio7
É pai ou mãe de um adolescente ou jovem adulto? És adolescente ou Jovem adulto? Tens algum destes Problemas?:
⚡️Problemas Emocionais (alterações graves do humor)-
⚡️Dificuldades nas relações interpessoais (elevada conflitualidade ou medo de te relacionares)
⚡️Problemas no controlo da tua impulsividade
⚡️Problemas do comportamento- autolesivos, suicidários, consumos de substâncias, comportamentos de risco
⚡️Problemas alimentares (anorexia e bulimia)
✅Este Grupo Pode Ajudar-te!
✅A Psicoterapia de grupo baseada na Mentalization Based Group Therapy tem eficácia terapêutica comprovada no tratamento destes problemas.
👉Destinatários: Adolescentes e Jovens adultos (15-25 anos aprox.)
👉Funcionamento dos grupos:
Regularidade Semanal.
Máximo de 9 pessoas / grupo
Preço | 25 Euros por sessão
👉Horários:
Grupos de Adolescentes e jovens adultos 5ª feiras 18h45- 20h10
👉Avaliação Inicial
A entrada no grupo requer uma consulta inicial individual de avaliação prévia para entender quais são as dificuldades e considerar o tratamento mais adequado.
👉Se quiser ser contactada (o) para saber mais informações, submeta o questionário abaixo:
https://forms.gle/qWU42asAxo6AFtio7
👉 Outras informações :
jesuscandeias@gmail.com
Telemóvel ou Whatsapp 00 351 919918225
👉O que é a Terapia baseada em mentalização (MBT)?
A terapia baseada em mentalização (MBT) é um tipo de
psicoterapia psicodinâmica, de longo prazo, fundamentada na teoria da
vinculação. Assume que uma vinculação desorganizada promove uma falha na
capacidade de mentalização.
Mentalizar, é a capacidade de focar e diferenciar entre seu
próprio estado emocional e o dos outros. Entender como o estado mental de
alguém influencia o comportamento, é uma função cognitiva normal em todos os
humanos e que é a base de todas as relações humanas.
No entanto, esta função cognitiva encontra-se limitada em algumas
pessoas, que apresentam maior dificuldade em mentalizar sobre si e sobre os
outros. Esta dificuldade em mentalizar, é particularmente afetada quando nos
encontramos emocionalmente vulneráreis. Quando vivenciamos situações de stress,
ou com grande desregulação emocional.
O aprimoramento da mentalização e a melhoria da regulação
emocional e comportamental estão no centro do tratamento MBT.
A MBT Permite que os pacientes alcancem os seus objetivos de
vida e desenvolvam relacionamentos mais íntimos e gratificantes.
👉Como funciona?
A terapia baseada em mentalização ajuda os pacientes a pensar antes de reagir aos seus próprios sentimentos ou aos sentimentos percebidos dos outros. Com uma capacidade aprimorada de mentalizar, os pacientes não apenas processam seus próprios pensamentos, sentimentos e comportamentos relacionados de maneira diferente, mas também entendem melhor que os pensamentos, sentimentos e comportamentos de outra pessoa podem diferir de sua própria interpretação.
👉A Terapia Baseada na Mentalização (MBT) tem por objectivo:
Desenvolver a consciência dos participantes sobre os estados mentais em si e nos outros, aumentando a sua capacidade de mentalização.
Dentro do contexto do grupo, isso traduz-se na criação de um ambiente no qual os participantes se sintam seguros, de forma a estimular a curiosidade dos adolescentes sobre os seus colegas, sobre motivações subjacentes e factores que inibem as suas capacidades de mentalização, ajudando-os a responderem de forma diferente, aumentando a sua percepção de autoconfiança.
Isso envolve o desenvolvimento de uma consciência de como os processos pré-conscientes (mentalização implícita), que mantêm a força dos padrões relacionais precoces, podem influenciar os nossos pensamentos e comportamento e tornar essas suposições automáticas explícitas. Essa habilidade ajudará o paciente a evitar interpretar mal o significado de outra pessoa e a responder adequadamente a ela.
O grupo visa fomentar uma curiosidade respeitosa e genuína em compreender as conexões entre sentimentos, pensamentos e ações no aqui-e-agora.
👉O que esperar numa sessão de Terapia MBT
A participação de cada membro no grupo é fundamental para o tratamento próprio e dos outros membros. O terapeuta de grupo lidera o grupo e ajuda os membros a desenvolver uma compreensão da mente e da situação pessoal de cada pessoa.
Durante as sessões de terapia baseada em mentalização (MBT), cada um dos participantes concentra-se nas dificuldades da sua vida actual para melhorar a sua compreensão de si mesmo e dos outros. Ao concentrar-se em tentar compreender os seus próprios pensamentos e sentimentos e os de outras pessoas, a MBT pode ajudá-lo a compreender e controlar melhor seus impulsos, emoções e comportamentos. E isso, vai sem dúvida, ajudá-lo a melhorar o seu relacionamento com as outras pessoas.
Durante o grupo, os participantes são expostos a diferentes pontos de vista e têm a oportunidade de aprender com os outros, receber feedback e apoio. Cada indivíduo traz consigo sua história e carácter, o que contribui para qualquer situação de grupo. Entender isso pode reduzir a confusão entre como somos semelhantes e diferentes das outras pessoas.
No entanto, falar e pensar sobre problemas emocionais pode ser difícil. A pessoa pode se sentir ansioso ao falar em grupo. Por esse motivo, algumas pessoas podem sentir-se pior antes de se sentirem melhor. Porém, o terapeuta do grupo vai estar lá, consigo, para o ajudar a gerir essas fortes reações emocionais.
Para algumas pessoas, participar de uma sessão em grupo pode deixá-las com raiva ou piorar os sentimentos de depressão, ou sentir que estão sendo criticadas por outros membros do grupo.
Pode ser doloroso enfrentar o passado e a verdade, mas isso tem seus limites e o terapeuta que lidera o grupo respeita isso. O terapeuta também tem seus limites sobre o que pode entender e ajudar.
Embora um grupo possa parecer um pouco intimidador no início, muitas pessoas descobrem que, depois de superar essa preocupação, elas realmente são beneficiadas ao compartilhar e encontrar-se com outras pessoas.
👉Eficácia
O MBT é recomendado pelo Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados (UK) para o tratamento de pessoas com Perturbação de personalidade Borderline, personalidade antissocial, dependências (emocionais ou de substâncias), perturbações alimentares, e depressão.
👉O que é a Mentalização?
Mentalizar, é a capacidade de focar e diferenciar entre seu próprio estado emocional e o dos outros. Entender como o estado mental de alguém influencia o comportamento, é uma função cognitiva normal em todos os humanos e é a base de todas as relações humanas.
No entanto, esta função cognitiva encontra-se limitada em algumas pessoas, que apresentam maior dificuldade em mentalizar sobre si e sobre os outros. Esta dificuldade em mentalizar, é particularmente afetada quando nos encontramos emocionalmente vulneráreis, quando vivenciamos situações de stress, ou quando temos grande desregulação emocional.
As pessoas em geral, e os jovens em particular, com perturbações emocionais e da personalidade apresentam uma variedade de características e comorbilidade associada, no entanto diferem significativamente na forma como pensam, percepcionam, sentem e se relacionam com os outros.
As maiores dificuldades são caracterizadas por oscilações extremas do humor, imprevisibilidade do comportamento, persistentemente instáveis, auto imagem negativa, relações caracterizadas por desconfiança, com grandes dificuldades na regulação emocional que prejudicam a mentalização.
Estas dificuldades levam frequentemente a comportamentos incongruentes e descontrolados (actos autolesivos, violência, e abuso de substâncias) angustiando o próprio e as pessoas que se encontram a volta dela.
A Terapia Baseada na Mentalização (MBT) considera estes comportamentos desadaptativos como o resultado de uma falha de mentalizar o impacto na capacidade da pessoa de regular os afectos e emoções e que tem em parte as transformações neurológicas temporárias que comprometem a capacidade de mentalizar.
Embora também possa haver uma base genética, a incapacidade de mentalizar geralmente decorre de um apego inseguro a um dos pais ou de problemas de abandono no início da vida.
Se a pessoa não compreende os seus próprios sentimentos e os dos outros, pode ter dificuldade em regular as suas próprias emoções e comportamentos problemáticos, bem como, dificuldade em identificar correctamente os pensamentos e os sentimentos dos outros. A não compreensão da intenção por trás do comportamento de outras pessoas pode levar a responder de forma impulsiva e inadequada, podendo comprometer e dificultar os relacionamentos.
👉Se quiser ser contactada (o) para saber mais informações, submeta o questionário abaixo:
quarta-feira, 4 de janeiro de 2023
Perturbação Obsessiva- Compulsiva
É uma perturbação muito frequente (segundo alguns estudos, é a 4ª perturbação psicológica mais frequente, afectando 1 em cada 40 adultos), mas com contornos muito individualizados - cada caso é um caso - e, por isso, difícil de explicar em poucas linhas.
De uma forma genérica, trata-se de uma perturbação da ansiedade caracterizada por obsessões e compulsões.
As obsessões são pensamentos e imagens, intrusivos e indesejados, que a pessoa sente que não consegue controlar, e que a fazem sentir-se extremamente ansiosa.
A obsessão compulsiva caracteriza-se pela presença de ideias, de imagens ou de impulsos recorrentes, não desejados, invasores que parecem sem sentido, estranhos, indecentes ou aterradores (obsessões) e, ao mesmo tempo, uma urgência ou uma compulsão para fazer algo que liberte da incomodidade causada pela obsessão.
Os temas obsessivos omnipresentes são o dano, o risco ou o perigo. Entre as obsessões mais frequentes estão as preocupações pela contaminação, pela dúvida, pela perda e pela agressividade.
Caracteristicamente, as pessoas com uma perturbação obsessivo-compulsiva sentem-se impulsionadas a efectuar rituais (actos repetitivos, com um propósito, intencionais).
Os rituais utilizados para controlar uma obsessão incluem lavar-se ou limpar-se para se libertar da contaminação, verificações repetitivas para suprimir as dúvidas, guardar as coisas para que não se percam e evitar as pessoas que pudessem ser objecto de agressão. De um modo geral, os rituais consistem na lavagem excessiva das mãos ou na verificação repetitiva para se assegurar de ter fechado a porta. Outros rituais são mentais, como o cálculo repetitivo ou fazer afirmações para diminuir o perigo.
As pessoas podem ter uma obsessão por qualquer coisa e os seus rituais não estão sempre ligados de forma lógica à incomodidade que se tenta aliviar. Por exemplo, uma pessoa que está preocupada com a contaminação pode ter sentido alívio uma vez ao ter metido casualmente a sua mão no bolso. A partir desse momento, cada vez que surge uma obsessão relacionada com a contaminação, introduz repetidamente a sua mão no bolso.
Em geral as pessoas com perturbações obsessivo-compulsivas estão conscientes de que as suas obsessões não reflectem riscos reais.
A obsessão compulsiva afecta cerca de 2,3 % dos adultos e acontece aproximadamente com a mesma frequência nas mulheres e nos homens.
Tratamento
A Psicoterapia revela-se de grande eficácia para as pessoas com obsessão compulsiva.
O problema destes pacientes muitas vezes é acreditarem que sozinhos conseguem controlar a situação, dominar os seus próprios pensamentos, acabando por deixar arrastar a situação durante vários anos, e só nos chegam muitas vezes, em extrema gravidade, quando perderam o controlo total sobre as suas vidas e percebem que já não conseguem funcionar, ou quando alguém os obriga a pedir a juda!
Um caso
Os seus comportamentos compulsivos eram vistos como bizarros pelas pessoas que o rodeavam, determinando o seu progressivo afastamento e um sofrimento grande por se sentir incompreendido e estranho. O tempo que era consumido em hospitais e a fazer análises roubava-lhe a possibilidade de investir o seu tempo de uma forma útil e agradável. A sua grande obsessão era ser contaminado pelo vírus HIV, ou por alguma outra doença grave. Além do sofrimento diário com estas ideias obsessivas, os seus comportamentos compulsivos eram muito visíveis e consumiam muito tempo: Ia quase diariamente às urgências do Hospital, com sintomas diferentes, para que lhe fizessem análises. Por vezes intercalava com análises em clínicas privadas, para confirmar que estava contaminado. O seu lado "mais saudável" permitia que reconhecesse a irracionalidade do seu comportamento, mas o medo era mais forte e não conseguia evitar as suas idas ao hospital.
10 de Setembro Juntos pela Vida – Consciencialização e Ação na Prevenção do Suicídio
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A palavra fobia deriva de Phobos , deusa grega do medo. O Medo é um sentimento universal e muito antigo . Pode ser definido como uma sensaçã...