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sexta-feira, 4 de julho de 2025

Saúde Mental Juvenil: 30% dos Adolescentes Portugueses autolesionam-se — Estudo Aponta Fatores de Risco e Falhas nas Respostas Familiares e Escolare


Lisboa, 03 jul 2025 (Lusa) — Cerca de 30% dos adolescentes inquiridos num estudo divulgado hoje já se autolesionaram e destes 7% admitiram ter tentado pôr fim à vida pelo menos uma vez, sendo que apenas 13% procuraram ajuda.

O estudo revela também que a maioria dos jovens pensou em suicídio: cerca de metade em níveis de ideação suicida moderada e 18% “pensam diariamente em morrer”, disse à Lusa a autora do trabalho, a psicóloga Maria de Jesus Candeias.

A investigação, que envolveu 900 jovens da Área Metropolitana de Lisboa com idade média de 15 anos, identificou fatores familiares e psicológicos — como ideação suicida, sintomas de perturbação ‘borderline’ e impulsividade — como principais riscos associados a este sofrimento silencioso.

Maria de Jesus Candeias disse à Lusa que o objetivo do estudo foi compreender a prevalência dos comportamentos autolesivos e suicidários na adolescência e os fatores que podem contribuir para o seu desenvolvimento e para os poder prevenir.

“Para já temos uma prevalência enorme, dada a gravidade do que significam estes comportamentos”, disse a investigadora, considerando como “mais preocupante” que apenas 13% tenham pedido algum tipo de ajuda aos pais ou a um professor, o que significa que é um problema que “continua invisível na comunidade”.

“Isto é muito preocupante porque estes jovens estão sozinhos, não pedem ajuda, não falam”, alertou, explicando que estes comportamentos surgem para “lidar com dores emocionais esmagadoras, sobretudo quando faltam palavras ou quem escute”.

Os comportamentos em causa incluem ações intencionais de fazer mal a si próprio, como cortar-se, queimar-se, bater-se, ingerir substâncias ou colocar-se em risco, com ou sem intenção suicida.

Maria de Jesus Candeias disse que “muitas vezes se confunde a turbulência da adolescência com esta sintomatologia”, o que cria confusão e os próprios jovens subestimam o que lhes está a acontecer.

“Não são birras ou chamadas de atenção”, como ainda muitos acreditam, mas “um sinal patológico de um sofrimento psicológico profundo que não pode ser ignorado”, realçou.

A psicóloga alertou que a tendência é que haja “um crescente contínuo” destes comportamentos: “O jovem está em sofrimento, que vai agravando, quer pela severidade, quer pela frequência, estes comportamentos que podem culminar em tentativas efetivas ou suicídio consumado a longo prazo”.

Os resultados mostram que um funcionamento familiar desequilibrado, marcado por baixa coesão e baixa flexibilidade, tem um peso significativo na forma como os jovens aprendem a lidar, ou não, com as suas emoções.

Maria de Jesus Candeias exemplificou que “laços familiares frágeis, pouco afeto, pouca partilha de informação, fazem os adolescentes sentirem-se sós, desconectados e sem um porto seguro, onde possam expressar aquilo que estão a viver emocionalmente”.

As famílias “muito rígidas” também fazem o jovem sentir-se preso, incompreendido e sem espaço para poder errar e viver esta fase da vida.

A investigadora, que realizou o estudo no âmbito do seu doutoramento em Psicologia Clínica no ISPA — Instituto Universitário, defendeu que as famílias têm de estar muito atentas a estas situações e “melhorar a comunicação”.

“Vivemos numa sociedade onde as famílias estão desconectadas, onde os pais não sabem dos filhos e os filhos não sabem dos pais”, alertou.

Destacou a importância das escolas para detetar sinais e oferecer ajuda”, mas contou que encontrou durante o trabalho “barreiras significativas” no acesso às escolas, “reflexo do estigma que ainda envolve a saúde mental na adolescência”.

Mas, vincou, “o silêncio sobre os comportamentos suicidários não protege — isola”.

Segundo a investigadora, os comportamentos autolesivos nos jovens “aumentou exponencialmente” nas últimas duas décadas, notando-se uma separação entre o pré e o pós-pandemia.

Defendeu ser urgente desenvolver programas terapêuticos dirigidos a adolescentes com estes problemas, integrando a família, promovendo o diagnóstico precoce e articulando psicoterapia individual, apoio familiar estruturado e, quando necessário, suporte institucional especializado.

“A escola, a família e a comunidade devem ser espaços seguros onde esse sofrimento possa ser reconhecido e acompanhado”, reforçou.

Contactos de apoio e prevenção do suicídio:

SOS Voz Amiga 213544545, 912802669, 963524660

Conversa Amiga 808237327, 210027159

SNS 24 Serviço Nacional de Saúde 808242424

HN // JMR

Lusa/fim


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segunda-feira, 10 de março de 2025

Workshop Online: O Suicídio na Relação Terapêutica – A Psicanálise Relacional na Abordagem do Paciente Suicida| 2ª edição- Sabado 5 de Abril-ONLINE

 

Porquê participar neste workshop?
Enfrentar pacientes suicidas é um dos maiores desafios na prática clínica, requerendo uma abordagem emocionalmente intensa e bem fundamentada. Este workshop é uma oportunidade imperdível de aprofundar o seu conhecimento sobre os estados pré-suicidários, melhorando a compreensão das dinâmicas emocionais e transferenciais que surgem na relação terapêutica.

Detalhes do Workshop:
Data: Sábado, 5 de abril de 2025
Horário: das 9h às 12h30
Formato: Online (plataforma ZOOM)
Valor de inscrição: 35€
As vagas são limitadas e atribuídas por ordem de inscrição.

Destinatários:
Psicólogos clínicos e educacionais
Psicólogos em estágio profissional
Estudantes de Psicologia

Formadora:
Profª. Doutora Maria de Jesus Candeias, Psicanalista e Psicoterapeuta Relacional, Psicóloga Clínica e Psicóloga Forense, Supervisora Clínica e investigadora na Appsy-CI, ISPA-IU
Esperamos contar com a sua presença!
Convide um colega e venha fazer parte desta experiência enriquecedora.

Workshop de Supervisão Clínica – Identidade de Género, Disforia e Sofrimento Psíquico |Sábado 12 Abril- Online

 

A identidade de género é um dos pilares da subjetividade humana. No entanto, para muitas pessoas trans e não-binárias, afirmar essa identidade num contexto social e relacional pode ser um processo marcado por estigma, exclusão e sofrimento psíquico.
🔹 Como podemos, enquanto clínicos, oferecer um espaço terapêutico seguro, validante e verdadeiramente transformador?
🔹 Que desafios surgem na relação terapêutica ao trabalhar com estas temáticas?
🔹 Como a Psicanálise Relacional pode contribuir para um olhar mais profundo e integrador sobre estas experiências?
Para refletir sobre estas e outras questões, convido-vos a participar no próximo Workshop de Supervisão Clínica – Análise e Discussão de Casos Clínicos à Luz da Psicanálise Relacional, onde iremos discutir os desafios clínicos no acompanhamento de pessoas com disforia de género e sofrimento associado.
📅 Data: 12 de abril de 2025 (sábado)
🕘 Horário: 9h00 às 12h00
📍 Online (via Zoom)
💰 Preço: 35€
💡 Válido como horas de supervisão em grupo para acesso à Especialidade Geral de Psicologia Clínica e da Saúde da Ordem dos Psicólogos Portugueses.
(Vagas limitadas por ordem de inscrição.)
O que esperar deste workshop?
✔ Reflexão sobre os desafios terapêuticos no acompanhamento de pessoas trans e não-binárias.
✔ Abordagem psicanalítica relacional sobre identidade de género, disforia e transição.
✔ Análise de um caso clínico real, promovendo a articulação entre teoria e prática.
✔ Discussão sobre contratransferência, vinculação e impacto da exclusão social no desenvolvimento do self.
Conto com a sua Presença!
Divulgue! Traga um amigo também!

terça-feira, 10 de setembro de 2024

10 de Setembro Juntos pela Vida – Consciencialização e Ação na Prevenção do Suicídio


Hoje, no Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, somos relembrados da importância crucial de agir e aumentar a consciencialização sobre um tema que, muitas vezes, permanece nas sombras, mas que deveria estar no centro das nossas atenções – os comportamentos autolesivos e suicidários. Estes são assuntos delicados, carregados de dor, mas fundamentais para serem discutidos abertamente. Ninguém deve enfrentar estes desafios sozinho.

Os números são alarmantes e preocupantes. Cada vez mais jovens, em Portugal e no mundo, enfrentam a dura realidade dos comportamentos autolesivos e suicidários. Sabia que o suicídio é a segunda maior causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos? Estes números não são apenas estatísticas – são vidas, sonhos e futuros que podemos ajudar a proteger.
Estudos recentes em Portugal indicam que cerca de 50% dos adolescentes já se envolveram em algum tipo de autolesão ao longo da sua vida e cerca de 2% já tentou suicídio. Estes comportamentos são, muitas vezes, um grito silencioso de dor, um pedido de ajuda que nem sempre é ouvido. Mas não tem de ser assim. Ninguém precisa enfrentar isto sozinho.
Mitos e Tabus
Há muitos mitos e tabus que impedem as pessoas de procurar a ajuda de que realmente precisam. Um dos maiores mitos é acreditar que, com o tempo ou com força de vontade, tudo se resolverá. Mas a verdade é que estas questões não são ultrapassáveis por si só. Os comportamentos autolesivos e suicidários são sintomas de uma dor profunda e de problemas de saúde mental que precisam de ajuda especializada.
Outro mito comum é pensar que os comportamentos autolesivos e suicidários são apenas uma forma de chamar a atenção. Isto não podia estar mais longe da verdade. Na maioria dos casos, os comportamentos autolesivos e suicidários são uma forma de lidar com uma dor emocional esmagadora.
E o medo de falar sobre suicídio? Muitos acham que falar pode "dar ideias", mas, na realidade, abrir esse diálogo pode ser o primeiro passo para salvar uma vida.
A nossa missão é ajudar a quebrar esses tabus, a abrir espaço para conversas honestas e compassivas. Não é fácil, mas é possível. E é essencial.
Sinais de Alerta: Não Ignore
Seja para si ou para alguém que conhece, é importante reconhecer os sinais de alerta.
Mudanças bruscas de comportamento, isolamento social, perda de interesse em atividades de que antes gostava – tudo isto pode ser um sinal de que algo não está bem.
Comentários sobre sentir-se sem esperança ou marcas inexplicáveis no corpo são sinais que nunca devem ser ignorados.
Estes comportamentos não surgem do nada. Muitas vezes, estão ligados a um sofrimento psicológico profundo, a doenças como depressão, ansiedade ou perturbação da personalidade. E é importante lembrar: não é algo que passa com o tempo ou com mais força de vontade. Estes são problemas reais que precisam de tratamento especializado. Mas, e aqui está a parte mais importante, estes são problemas que podem ser tratados. Com a ajuda certa, há esperança.
A Nossa Clínica: Um Lugar de Apoio e Esperança
Na nossa clínica, sabemos que estes desafios não são fáceis, mas também sabemos que ninguém precisa enfrentá-los sozinho. A nossa equipa está aqui, disponível e pronta para ajudar. Oferecemos um programa terapêutico especializado que combina intervenções psicológicas e apoio familiar para ajudar a ultrapassar os comportamentos autolesivos e suicidários.
Trabalhamos com cada pessoa e família de forma única, porque acreditamos que cada história merece atenção personalizada. A nossa missão é criar um ambiente seguro e acolhedor, onde é possível falar, ser ouvido, e começar o caminho para a recuperação.
Não Está Sozinho, Estamos Aqui para Ajudar
O Dia Mundial de Prevenção do Suicídio é mais do que um dia de consciencialização – é um convite à ação. Se está a enfrentar um momento difícil ou conhece alguém que precisa de ajuda, por favor, não hesite em procurar apoio. A nossa clínica está aqui para si, com uma equipa especializada que se importa e está pronta para ajudar.
Lembre-se, pedir ajuda não é um sinal de fraqueza. Pelo contrário, é um passo corajoso para a recuperação e para um futuro melhor. Juntos, podemos superar estes desafios. Vamos construir um caminho de esperança, onde cada vida é valorizada e cada pessoa é apoiada.
Saiba mais sobre as nossas respostas terapêuticas Clínica de Psicologia e Psicoterapia “Mais Amor, Menos Doença” :
• Programa terapêutico específico para Comportamentos autolesivos e suicidários, Perturbação da personalidade Borderline e Bipolaridade
• Grupo terapêutico para adolescentes e jovens adultos
• Grupo terapêutico para adultos
• Grupo de apoio a pais e familiares
Maria de Jesus Candeias
Psicóloga clínica e Psicoterapeuta
Investigadora e Doutoranda no ISPA-Instituto Universitário na área dos comportamentos suicidários.
Informações: jesuscandeias@gmail.com

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Programa Psicoterapêutico Especifico para Tratamento Perturbação Borderline e Risco suicidário em adolescentes e jovens adultos

 


Este é um programa psicoterapêutico especifico para o tratamento de : 

- Perturbação da Personalidade Borderline 
- Comportamentos autolesivos e suicidários
- Perturbação Bipolar

para adolescentes e jovens Adultos. 

O nosso Programa Psicoterapêutico incide em três eixos de intervenção em simultâneo: 
- Psicoterapia Individual 
- Psicoterapia de Grupo para adolescentes
- Grupo de apoio a pais 

👉Pré-requisitos Avaliação Inicial
A entrada no programa psicoterapêutico  requer uma avaliação  inicial individual prévia  para entender quais são as dificuldades e considerar o tratamento mais adequado a cada pessoa. 

O agendamento da entrevista inicial poderá ser feito por email: jesuscandeias@gmail.com  ou pelo telemóvel 919918225 
 
Temos dois grupos terapêuticos: 
Grupo terapêutico para adolescentes (dos 12 aos  15 anos de idade) - Funciona às 2ªas feiras das 18h45 às 20h15; 
- Grupo terapêutico de Adolescentes e jovens adultos ( dos 16 aos 25 anos de idade)- Funciona às 5ªas feiras das 18h45 às 20h15

 Funcionamento dos grupos : 
- Regularidade semanal em formato presencial 
- O grupo é aberto e heterogêneo . 
- Os Grupos são conduzidos por dois psicoterapeutas 
- Cada sessão de grupo tem o custo de 30 Eur. 
- O pagamento é mensal/  feito no início de cada mês ( referente ao nº de sessões previstas em cada mês) 

Oportunamente informaremos sobre a próxima data de grupo de apoio a pais. 

O modelo teórico de suporte e de intervenção deste Programa Psicoterapêutico  é a Psicoterapia baseada na Mentalização. 

O que é a Terapia baseada em mentalização (MBT)?
A terapia baseada em mentalização (MBT) é um tipo de psicoterapia psicodinâmica, de longo prazo, fundamentada na teoria da vinculação. 

A Psicoterapia  baseada na Mentalization Based  (MBT ) é recomendado pelo Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados (UK)  com eficácia terapêutica comprovada no tratamento de:

⚡️Problemas Emocionais (alterações o humor tristeza. euforia, melancolia)
⚡️Dificuldades nas relações interpessoais (elevada conflitualidade ou medo de se relacionar)
⚡️Problemas no controlo da impulsividade
⚡️Problemas de ansiedade e depressão
⚡️Problemas de ansiedade social
⚡️Problemas do comportamento- autolesivos, suicidários, consumos de substâncias, comportamentos de risco
⚡️Perturbações da Personalidade Borderline e Anti Social
⚡️Problemas alimentares (anorexia e bulimia)

  Se quiser ser contactado para mais informações clique AQUI

  Sobre Nós:

Dra. Maria de Jesus Candeias

Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta e Psicanalista de Adultos e Adolescentes.  Terapeuta Familiar. Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde, Psicoterapia,  Psicologia da Justiça, Psicologia Comunitária e Supervisão, pela Ordem dos Psicólogos . Mestre em Proteção de Crianças e Jovens em risco, incluindo abuso sexual de menores. Investigadora e doutoranda  no ISPA na área do suicídio.  Formação em MBT pelo Centro Anna Freud (.Reino Unido).  É ainda, Membro Fundador e da Direção da PsiRelacional- Associação Portuguesa de Psicanálise Relacional. Coordenadora Pedagógica e Formadora da Especialização de Psicoterapeutas  da PsiRelacional. Cédula profissional nº 5335.

Dr. Luís Chincalece

Psicólogo Clínico, Mestre em Psicologia Clínica pelo ISPA. Psicoterapeuta Psicanalítico em Formação na Associação de Psicanálise Relacional - PsiRelacional. Perito em Psicologia Forense no INMLCF há 12 anos, com Formação Especializada em Avaliação Psicológica de Crianças, Jovens e Adultos. Membro Efetivo da Ordem dos Psicólogos com a Cédula Profissional n.º 12499  

Dra. Miriam Santos

Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta Psicanalítico em Formação na Associação de Psicanálise Relacional - PsiRelacional.  Percurso Profissional: Avaliação e Acompanhamento psicológico de crianças, adolescentes e respectivas famílias em contexto hospitalar (Serviço Pedopsiquiatria do Hospital Garcia de Orta), Comunitário (IPSS de Acolhimento de Crianças e Jovens em Risco), em Equipa Local de Intervenção Precoce Infantil e em Clínica Privada. Orientadora de Estágio Profissional da OPP - Ano Júnior. Membro Efectivo da OPP n° 10633.

Dr. Joao Lorenzo

Psicólogo Clínico, Mestre em Psicologia Clínica pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), Pós-Graduado em Psicogeriatria pelo Instituto CRIAP, Psicoterapeuta Psicanalítico em formação pela Associação de Psicanálise Relacional (PsiRelacional), Formações especializadas nas áreas da técnica Rorschach, Psicofarmacologia, Clínica das Perturbações da Personalidade, Avaliação Psicológica do Adulto e do Idoso, Estimulação e Reabilitação Cognitiva do Idoso. Acompanhamento Psicoterapêutico de Pré-Adolescentes, Adolescentes e Adultos. Cédula Profissional nº 16639.

Saiba mais sobre os  serviços da nossa clínica e sobre a nossa Equipa no nosso site   AQUI

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Perturbação Obsessiva e Compulsiva

 




        A Perturbação obsessiva e compulsiva (POC) é uma perturbação muito frequente. Segundo alguns estudos, a POC é a 4ª perturbação psicológica mais frequente, afetando cerca de 2,3 % dos adultos e acontece aproximadamente com a mesma frequência nas mulheres e nos homens.

De uma forma genérica, trata-se de uma perturbação da ansiedade caracterizada por obsessões e compulsões.

As obsessões são pensamentos e imagens, intrusivos e indesejados, que a pessoa não consegue controlar, e que a fazem sentir-se extremamente ansiosa.

As compulsões são comportamentos ou actos mentais repetitivos e rígidos que o sujeito não consegue controlar.  Estas compulsões têm uma função protectora na medida em que, de uma forma algo mágica, fazem baixar a ansiedade logo após terem sido executados.

Muitas vezes as obsessões e as compulsões surgem associadas e aí falamos de perturbação obsessivo-compulsiva, podem, no entanto, apresentar-se em separado.

Há pacientes que só apresentem obsessões sem que passem ao acto, ou seja, que executem rituais compulsivos e há também pacientes só com queixas de compulsões mas sem obsessões. 

A Perturbação obsessiva e compulsiva caracteriza-se pela presença de ideias, de imagens ou de impulsos recorrentes, não desejados, invasores que parecem sem sentido, estranhos, indecentes ou aterradores (obsessões) e, ao mesmo tempo, uma urgência ou uma compulsão para fazer algo que liberte da incomodidade causada pela obsessão.

Os temas obsessivos omnipresentes são o dano, o risco ou o perigo. Entre as obsessões mais frequentes estão as preocupações pela contaminação, pela dúvida, pela perda e pela agressividade.


         Caracteristicamente, as pessoas com uma perturbação obsessivo-compulsiva sentem-se impulsionadas a efectuar rituais (actos repetitivos, com um propósito, intencionais).


        Os rituais mais comuns para controlar uma obsessão incluem lavar-se ou limpar-se para se libertar da contaminação, verificações repetitivas para suprimir as dúvidas, guardar as coisas para que não se percam e evitar as pessoas que pudessem ser objecto de agressão. De um modo geral, os rituais consistem na lavagem excessiva das mãos ou na verificação repetitiva para se assegurar de ter fechado a porta. Outros rituais são mentais, como o cálculo repetitivo ou fazer afirmações para diminuir o perigo.

As pessoas podem ter uma obsessão por qualquer coisa e os seus rituais não estão sempre ligados de forma lógica à incomodidade que se tenta aliviar. Por exemplo, uma pessoa que está preocupada com a contaminação pode ter sentido alívio uma vez ao ter metido casualmente a sua mão no bolso. A partir desse momento, cada vez que surge uma obsessão relacionada com a contaminação, introduz repetidamente a sua mão no bolso.


            De um modo geral as pessoas com perturbações obsessivo-compulsivas estão conscientes da irracionalidade das suas obsessões e sabem que os seus medos não refletem riscos reais, mas não conseguem fazer diferente.

Estes pacientes reconhecem que o seu comportamento físico e mental é excessivo ao ponto de chegar a ser insólito. Porém não conseguem alterar o rumo dos seus pensamentos. Daí a diferença entre a obsessão compulsiva e as perturbações psicóticas, nas quais as pessoas perdem contacto com a realidade.

Muitas das pessoas afetadas por esta perturbação têm vergonha de ser descobertas, e por isso realizam, com frequência, os seus rituais de modo secreto, embora estes lhes tomem várias horas por dia.

Cerca de um terço das pessoas com uma obsessão compulsiva encontra-se em estado depressivo quando se diagnostica a perturbação.


Tratamento

A Psicoterapia revela-se de grande eficácia para as pessoas com perturbação obsessiva e compulsiva.

Por vezes numa fase inicial pode ser necessária uma combinação da psicoterapia com a farmacoterapia.

No entanto, o facto destes pacientes muitas acreditarem que conseguem controlar a situação sozinhos, dominar os seus próprios pensamentos, acabam por deixar arrastar a situação durante vários anos, e chegam-nos, muitas vezes, num estado já muito avançado da doença, em que já perderam o controlo total sobre as suas vidas e em que já não conseguem funcionar, ou quando alguém os obriga a pedir ajuda!


Um caso

O cliente estava desesperado. Ao longo dos anos em que durava o problema, apesar de alguns períodos em que parecia que melhorava, o facto é que a situação, gradualmente, se agravava e, nesse momento, tinha, já, proporções assustadoras. A sua qualidade de vida tinha baixado bastante: cada vez mais isolado e cada vez mais impossibilitado de se conseguir organizar no tempo. As suas obsessões perseguiam-no dia e noite.
       Os seus comportamentos compulsivos eram vistos como bizarros pelas pessoas que o rodeavam, determinando o seu progressivo afastamento e um sofrimento grande por se sentir incompreendido e estranho. O tempo que era consumido em hospitais e a fazer análises roubava-lhe a possibilidade de investir o seu tempo de uma forma útil e agradável. A sua grande obsessão era ser contaminado pelo vírus HIV, ou por alguma outra doença grave. Além do sofrimento diário com estas ideias obsessivas, os seus comportamentos compulsivos eram muito visíveis e consumiam muito tempo: Ia quase diariamente às urgências do Hospital, com sintomas diferentes, para que lhe fizessem análises. Por vezes intercalava com análises em clínicas privadas, para confirmar que estava contaminado. O seu lado "mais saudável" permitia que reconhecesse a irracionalidade do seu comportamento, mas o medo era mais forte e não conseguia evitar as suas idas ao hospital.

Quando nos conhecemos, numa urgência, não dormia há mais de 48 horas, não comia há algum tempo, vivia completamente isolado no seu quarto, e o trabalho há mais de um mês que tinha entrado de baixa médica. …Impossível descrever aqui tudo. De tal forma, que o seu comportamento diário se tornava muito estranho para quem o via e era motivo de permanente ansiedade e sofrimento. Dada a complexidade deste caso, foram precisas muitas sessões para que a normalidade voltasse a instalar-se na sua vida. Mas houve um final feliz: ficou bem!

 

Deixo por isso um alerta: não deixe que o seu sofrimento se arraste.  Esta situação não se resolve com o tempo!


A doença mental tem cura. Mas precisa de intervenção especializada!


Não tenha vergonha! Peça ajuda! Cuide da sua saúde.

 

Maria de Jesus Candeias, Psicoterapeuta Psicanalítica e Psicóloga Clínica

 

Saúde Mental Juvenil: 30% dos Adolescentes Portugueses autolesionam-se — Estudo Aponta Fatores de Risco e Falhas nas Respostas Familiares e Escolare

Lisboa, 03 jul 2025 (Lusa) — Cerca de 30% dos adolescentes inquiridos num estudo divulgado hoje já se autolesionaram e destes 7% admitiram t...

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