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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Depressão Pós-férias?



 Entrevista cedida e publicada à  REVISTA Pais e Filhos, 1 de Setembro de 2010 


As férias são sempre que nós quisermos...

Os fatos-de-banho estão arrumados? As fotografias da praia, piscina e campo fazem nascer suspiros de saudade? Não se deixe cair na armadilha da tristeza pós-férias. Reaja e prolongue os dias descontraídos ao longo de todo o ano.

Os primeiros indícios podem aparecer mesmo antes de as férias terminarem. De repente, a perspectiva de regressar ao trabalho e deixar para trás o tempo de descanso, durante o qual só fizemos o que queríamos, quando queríamos e com quem queríamos, parece quase insuportável. E mesmo antes de a roupa de praia voltar para as gavetas e o chapéu-de-sol para a arrecadação, damos por nós às voltas com pequenas irritações, ansiosos e cansados.

O cenário pode piorar, e muito, logo que o quotidiano habitual volta a impor-se, com horários e prazos a cumprir, falta de tempo para todos os compromissos e o stresse a ganhar terreno. É aí que as saudades dos dias de férias batem forte e nos deixam sem ânimo para quase nada. Revemos vezes sem conta as fotografias tiradas ao sol ou em noites de diversão, olhamos melancolicamente para o bronzeado que começa a desvanecer-se e nem queremos pousar os olhos no calendário já que este nos devolve a imensidão dos dias que ainda terão de passar até às próximas férias. Este estado de espírito tem um nome: síndrome pós-férias. E afecta muito mais pessoas do que, à primeira vista, poderíamos pensar. De acordo com vários estudos internacionais – realizados em países como a Espanha e o Brasil – cerca de 40 por cento das pessoas experimentam dificuldades em regressar aos ritmos de trabalho após um período alargado de descanso. Os sintomas podem ir da tristeza ligeira a atitudes que exigem acompanhamento especializado.

Depressão?

«Penso que o termo ‘depressão pós-férias’ é utilizado de forma abusiva. Para ser diagnosticada uma depressão, os sinais devem estar presentes durante, pelo menos, seis meses e devem ter origem em circunstâncias muito mais prolongadas e graves do que o fim do período de lazer.» Quem o afirma é Maria de Jesus Candeias, psicóloga clínica e psicoterapeuta, para quem «o retorno às obrigações pode agravar um quadro de fragilidades anteriores, em especial em circunstâncias de insatisfação profunda ou crise, seja ela familiar ou exterior ao agregado».

Mas estes são casos extremos. Na maior parte das vezes, os sinais de melancolia dissipam-se, mais ou menos rapidamente. Até porque é possível manter grande parte do «espírito de férias» mesmo quando o relógio de ponto ou o toque no recreio deixam de dar tréguas (ver caixa).

«Por si só, o retorno ao dia-a-dia pode deixar-nos pouco contentes, desanimados mesmo, mas nunca em depressão», adianta Maria de Jesus Candeias. «O que se passa é que durante todo o ano vivemos sob o peso do nosso individualismo e de inúmeras pressões. Por um número limitado de dias, procuramos libertar-nos desse peso e, quando finalmente conseguimos, é tempo de voltar a elas. Não admira que fiquemos tristes quando somos confrontados com o retorno à tensão. A solução para não sermos demasiadamente atingidos passa, essencialmente, por nós e pela capacidade de ‘dar a volta por cima’. E é bom fazer esse exercício não apenas quando as férias acabam mas de forma permanente.»

Telmo Baptista, presidente da Associação Portuguesa de Terapia Comportamental e Cognitiva, partilha esta análise.

O pesar que atinge muita gente no regresso de férias «é o resultado de um processo de adaptação a novas circunstâncias de deveres e obrigações». Umas pessoas passam rapidamente por essa fase e outras demoram mais tempo. E é aí que podem surgir a irritabilidade, o cansaço, a tristeza, o mau humor ou as alterações nos ritmos do apetite e do sono. «Não se trata de uma verdadeira depressão. Todavia, é positivo lançar mão de todas as armas para afastar a melancolia.» E isso pode começar em plenas férias

Férias boas, férias más

Uma investigação da filial brasileira da Internacional Stress Management Association concluiu que cerca de 70 por cento dos trabalhadores registam, nas primeiras duas semanas a seguir ao período de ócio, níveis de stresse idênticos aos registados antes das férias. Tal significa que os dias longe do trabalho funcionaram apenas como um ‘balão de oxigénio’ e não como um verdadeiro ‘recarregar de baterias’. Fazer boas opções durante o tempo em que se está fora torna-se, assim, determinante para obter resultados duradouros e fugir à síndrome pós-férias:

- Procure mudar as suas actividades diárias. O objectivo principal é esquecer completamente o trabalho e todos os assuntos com ele relacionados. Se estiver de férias e sempre a contactar com os colegas, a ver mails e a preocupar-se sobre o que poderá estar a acontecer vai acumular duas tarefas – trabalhar e procurar relaxar – sem desempenhar bem nenhuma delas;

- De acordo com especialistas norte-americanos na área da Psicologia, é melhor não descansar de todo do que fazê-lo por tempo insuficiente. Segundo as mesmas fontes, duas semanas é o tempo mínimo para se obterem bons resultados, enquanto que três semanas são o intervalo ideal: a primeira para adaptação ao novo ambiente, a segunda para descansar verdadeiramente e a seguinte para mentalizar-se, lentamente, de que será necessário voltar a enfrentar o quotidiano;

- Tome as rédeas das suas férias. Mesmo se vai descansar em família ou com amigos, é importante encontrar consensos e procurar que toda a gente faça aquilo que mais gosta. Se isso significa que uns dão 300 mergulhos enquanto outros ficam na sombra a ler um livro ou vão jogar mini-golfe, assim seja. E não tenha medo de dizer «não» quando o programa não for do seu agrado.

Olhe para o lado

Se há quem encare muito bem o regresso às obrigações – leia-se, aulas – são as crianças. Pelo menos é o que defende Maria de Jesus Candeias ao dizer que «quando se aproxima o regresso à escola, a maior parte está ansiosa para rever os colegas e os professores, por aprender coisas novas, voltar às actividades extra-curriculares». Ou seja, «os nossos filhos têm a grande capacidade de desfrutarem intensamente do Verão e de, chegado o tempo de arregaçar as mangas, fazê-lo com entusiasmo, já que conseguem encontrar motivação mais do que suficiente», considera. «Elas são o melhor modelo, só temos de olhar bem para elas e seguir-lhes o exemplo», conclui.

Se a escola é motivo de alegria, a tristeza pode, mesmo assim, infiltrar-se. «Ver chegar o fim das férias é, para muitas crianças, assistir ao fim do tempo privilegiado que passam com os pais, em que estes estão mais disponíveis, em que a vida não é só feita de obrigações, em que há mais partilha e comunicação, em que se chuta a rotina para bem longe», alerta Maria de Jesus Candeias. Por isso mesmo, defende a psicóloga clínica, «há que perceber o que se faz de bom durante as férias, o que resultou connosco, com o nosso parceiro, com as nossas crianças e procurar nunca abandonar estes princípios. Depois das férias e durante o resto do ano».

Truques para combater a melancolia

1 – Não goze as férias todas de uma vez. Divida os dias a que tem direito em dois ou mais pe-ríodos para que, ao longo de todo o ano, esteja sempre na expectativa de mais uma altura de descanso;

2 – Organize os seus fins-de-semana e, se forem prolongados, ainda melhor. E, como nem sempre há feriados a jeito para planear uma «ponte», use criteriosamente alguns dos seus dias de férias para as alturas em que sabe que lhe vai saber mesmo bem uma escapadinha.

3– Não volte de repente ao trabalho. Se possível, regresse a casa uns dias antes das férias terminarem e desfrute esse compasso de espera antes das obrigações. Volte paulatinamente aos horários das refeições e do sono. Preguice em casa, encha a despensa, visite a família, organize com calma tudo o que os adultos e as crianças vão necessitar para os dias seguintes. Não há nada pior para do que sair do avião à meia-noite de domingo e picar o ponto às nove da manhã de segunda-feira…

4 – As tarefas em atraso acumularam-se quando esteve fora? Determine quais são as verdadeiramente urgentes e trate delas. Para as restantes, organize um ‘plano de ataque’ e tente resolvê-las uma de cada vez, com a maior calma possível. Não quer voltar aos níveis de stresse pré-férias pois não?

6 – Diga não às rotinas. E isto serve não só para as obrigações laborais como também para todos os outros aspectos da sua vida. Provavelmente as crianças ainda têm uns dias de férias antes do regresso às aulas. Jogue com isso: em vez de as ir buscar aos avós ou ao ATL e seguirem direitinhos para casa, que tal instalarem-se numa esplanada, esquecer o jantar e substituí-lo por uma petiscada?

7 – Assuma o seu direito às coisas boas da vida, mesmo sem estar de férias. Se aquela massagem em pleno areal lhe soube maravilhosamente, que tal repeti-la no fim-de-semana ou ao final da tarde? E isto também é válido para descobertas gastronómicas, visitas a museus, idas ao cinema e ao teatro, encontros com a família e amigos, práticas desportivas, etc., etc.

8 – Pegue no calendário e na agenda e marque todos os dias especiais ao longo do ano. Não só as férias, feriados e fins-de-semana como também os aniversários da família e amigos, festas, jantares e momentos de lazer. Vai ver que o passar dos meses ficará muito mais aliciante e motivador

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Quando é que a ansiedade se torna uma doença?


A ansiedade é uma emoção normal que existe em todos os seres humanos e de extrema importância para a sobrevivência.

É com a ansiedade que nós aprendemos a proteger-nos dos perigos fisicos e psicológicos.

Ficamos ansiosos quando antevemos o perigo de sermos assaltados, agredidos física ou verbalmente, dos nossos filhos serem atropelados na rua, entre muitas outras situações em que a ansiedade nos impele a preservar a integridade.

Portanto, a ansiedade é uma emoção reguladora da sobrevivência da espécie e como tal através da sua acção o ser humano aprende a defender-se do perigo. Esta é a função normativa da ansiedade, que, se estiver regulada(uma ansiedade normativa) desaparece rapidamente e, actua sobretudo como estimulante, ou seja, o ser humano precisa de manter níveis de ansiedade normais, para que consiga efectuar tarefas de qualquer natureza.

Quando o homem deixa de conseguir regular a ansiedade é porque ela se tornou patológica, logo fora do controlo da pessoa. Pode ter niveis de ansiedade elevados ao máximo,como pode não possuir qualquer ansiedade normal, que seja geradora de algum tipo de trabalho ou actividade. Em ambos os casos falamos de patologia.

O que é que causa a ansiedade?

As dificuldades da vida são normalmente o factor desencadeante da ansiedade patológica e nos casos agudos da angústia.

Além disso as dificuldades pessoais de inserção na sociedade, os conflitos internos do domínio afectivo, emocional e sexual podem conduzir a uma sintomatologia ansiosa.

As investigações indicam que toda a pessoa que sofre de ansiedade grave tem um profundo sentimento de desamparo psíquico oriundo de relações parentais pouco seguras ou de uma insegurança total, portanto, o que subsiste é o sentimento de desamparo e sentimentos depressivos.

Há relação entre ataque de pânico, fobias e ansiedade?

Claro que há. A fobia é um medo irracional de um objecto/animal ou situação. Os ataques de pânico são uma manifestação aguda de angústia sem causa aparente declarada, que podem paralisar um indivíduo através da sensação de asfixia ou medo de morrer. Todo este conjunto de sintomas não são mais que expressões diferentes de ansiedade.

Há alguma relação entre ansiedade e depressão?

A ansiedade faz parte do quadro clínico da depressão e está associada às alterações de humor e aos estados depressivos.

Podemos assim dizer que todas as pessoas que sofrem de depressão têm graus mais ou menos intensos de ansiedade, assim como quem sofre de ansiedade está deprimida ou em vias de deprimir.

Quais são os sintomas da ansiedade grave?
A ansiedade é acompanhada de vários sintomas físicos:
  • aceleração respiratória,
  • alteração do batimento cardíaco,
  • xixis frequentes,
  • diarreia frequente,
  • desfalecimento das pernas,
  • palidez,
  • contracção ou relaxamento do musculo facial,
  • sudação das palmas das mãos ( resposta galvânica da pele),
  • sudação de todo o corpo,
  • sensação de vertigem.

 Como é que a ansiedade evolui de normal para patológica?

Quando a pessoa já não consegue controlar as emoções e sente-se num estado de ansiedade generalizado, ou seja, em todas as situações da sua vida quotidiana. As emoções descontrolam-se, o cérebro deixa de produzir neurotransmissores e a ansiedade instala-se impedindo a pessoa de funcionar. Aparecem as mais diversas fobias, ou ataques de pânico, geradores de um desconforto enorme.

  O que é e como se manifesta a ansiedade generalizada?

A Ansiedade Generalizada manifesta-se por um estado de tensão, duma inquietude permanente, sem que algum acontecimento exterior o possa explicar. São pessoas que estão permanentemente em sobressalto e sofrem com isso. O sintoma-chave é uma ansiedade ou um medo não realista, e excessivo, face a acontecimentos futuros.

  
As queixas somáticas são: dores de estômago, dores de cabeça (cefaleias), diarreia, suores e transpiração excessiva, vertigens.... Esta psicopatologia torna-se um handicap porque torna a vida complicada e difícil de ser vivida, nomeadamente no quotidiano, no trabalho e nas relações pessoais.

  Estima-se que a sua prevalência seja de 3 a 7%, com uma incidência mais elevada nos filhos mais velhos e nos filhos únicos. São pessoas muito conscienciosas e que têm necessidade de serem tranquilizadas permanentemente.

  
A ansiedade generalizada evolui para doença: transforma-se em fobias e obsessões /compulsões.

  
Tratamento da ansiedade

  
Sofrer de perturbação da ansiedade não é nenhuma banalidade nem uma fatalidade.

Os tratamentos para cada tipo de ansiedade variam e são estabelecidos em função da natureza do problema (fobias, obsessões, pânico, etc.) e estabelecidos em função da personalidade do sujeito que as sofre.

  
Podemos encontrar ansiedades que se exprimem por outros tipos de sintomas como por exemplo, no caso de homens com ejaculação precoce, ou com impotência sexual, ou casais que há muito tempo tentam ter um filho, etc., depois de se terem realizados os despistes e exames médicos necessários, e ter-se verificado a ausência de efeitos fisiológicos, verifica-se que a ansiedade e a perturbação emocional são um factor enorme e responsável, na manutenção dessas dificuldades.

Ou ainda, pessoas que encontram no álcool, ou nas drogas, um escape para verem as suas angústias e preocupações aliviadas, e acabam por entrar num esquema traiçoeiro onde num primeiro momento as utilizam como qualquer coisa que ajuda a ficar mais calmo e que até dá prazer, mas mais tarde num esquema de dependência.


 Os exemplos podem ser vários, mas o importante a saber é que, uma grande parte das ansiedades patológicas são curáveis, outras serão susceptíveis de melhoramentos consideráveis que permitem, na generalidade, devolver às pessoas uma vida normal.

  
O tratamento é combinado em algumas situações, ou seja, com terapia medicamentosa ansioliticos e antidepressivos e psicoterapia em simultâneo.

  
Saliento que só a medicação não resolve o problema é sempre necessário fazer a psicoterapia.

O objectivo da medicação é ajudar a psicoterapia.

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