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quinta-feira, 26 de março de 2009

Luto, porque é necessário tranquilizar a dor...


A palavra luto quer dizer “dor” causada pela morte de alguém.

“Fazer o seu luto” quer dizer literalmente “passar através da sua dor”.

“A resolução do luto” é o fenómeno que corresponde à nossa capacidade de “reparação da ferida” que a perda de alguém ou algo causa em nós…corresponde à transformação de vivências em memórias.

Porque nascemos fruto de relações, mais ou menos intensas, mais ou menos afectuosas, somos por natureza um ser de e para a relação…porque as emoções são o sustento das interacções e da relação, o homem é por consequência um ser que cria ligações/laços com as pessoas e as coisas. Sem ligações, sem afectividade, a vida não seria possível.

É por isso que nós criamos com os seres queridos relações que são laços psicológicos e espirituais. Esses laços são de intensidade variável de acordo com o tipo de investimento afectivo em relação à outra pessoa.

O luto é assim um acontecimento normal e inevitável na vida de um indivíduo, e não uma doença.

Contudo, a negação do sofrimento e da morte na nossa sociedade impedem o desenrolar normal da resolução do luto.

A dissimulação e o recalcamento aos quais são impelidas as pessoas em luto são factores muito importantes de “stress” e até mesmo de doença.

A vida é uma série ininterrupta de ligações e de separações, de mortes e de nascimentos. É preciso estar sempre preparado para morrer para uma situação e nascer para outra. É este o preço da vida.

O luto faz, por isso, parte da vida. Poderemos mesmo dizer que é um elemento fundador da vida.

No entanto, e apesar de o luto ser um trabalho individual, toda a família e comunidade devem participar neste processo de “resolução do luto”, não omitindo o facto, nem fazendo de “conta que nada aconteceu, como sendo um tabu”, mas auxiliando as pessoas enlutadas a re(construir) um modelo de relação diferente…em que o físico se transforma em memórias!

A vivência de um luto, faz-nos sempre pensar nas nossas próprias perdas e isso pode de algum modo causar-nos dor, sofrimento e consequentemente, afastar-nos de situações que o evoquem.

A negação social da morte e do sofrimento, tem repercussões imensas sobre as pessoas e comunidades em situação de perda.

As maioria das pessoas desconhecem a importância de “ fazerem os seus lutos” e de consciente ou inconscientemente “percorrerem” as diferentes fases que este doloroso mas necessário percurso requer, para que se possa retomar a uma vida normal, porém transformada.Se por qualquer razão, esta passagem pelas diferentes fases não se verificar, o individuo em luto fica “ agarrado” a uma relação que já não existe e não consegue construir uma vida verdadeira e diferente.


As causas destes insucessos são múltiplas:falta dos rituais sociais que favorecem o decorrer do luto;insuficiência de informações necessárias sobre a maneira da fazer o seu luto;incapacidade de se exprimir emocionalmente, etc.


O luto é assim um tempo obrigatório entre duas fases da vida: aquela que deixámos porque nos separámos do ente querido e aquela que virá depois de o termos deixado partir e que será completamente diferente da precedente.


As Fases do Luto

Choque, corresponde ao momento imediato ao conhecimento do óbito e caracteriza-se por um entorpecimento da emotividade e das faculdades de percepção. No momento da notícia a pessoa fica anestesiada, e não é capaz de assimilar toda a reacção emocional da perda. O mundo abate-se à sua volta e a intensidade desta sensação é tanto maior quanto mais súbita e imprevisível for a morte.Há pessoas que têm tendência a manter uma vida interior rica de ilusões em relação ao ser que partiu. Desenvolvem por vezes alucinações que se destinam a manter a sua presença.As resistências são maiores se a pessoa não o pôde ver, falar-lhe ou tocar-lhe. Alguns lutos não se conseguem fazer, simplesmente porque não se viu o corpo do defunto.

A negação tem por fim retardar a plena consciência da realidade do drama. Esta consciência, se for muito forte, pode levar a que o indivíduo perca o seu equilíbrio psíquico.

A primeira forma de negação é de natureza cognitiva: nega-se a perda, a pessoa tenta esquecê-la ou não pensar nela.

A segunda forma é de natureza emotiva: a expressão emotiva fica bloqueada, quer pela falta de meios para exprimir as suas emoções, quer pelo medo de se deixar afogar nelas.

A negação pode apresentar-se de várias formas: sobre actividade, substituição de quem partiu por um outro alguém, procura de um culpado, apresentação do ser perdido como sendo o melhor, recurso a drogas, perturbações psicossomáticas, etc.

Aceitação

Quando as defesas cedem e a realidade da perda se impõe, emerge todo um conjunto de emoções: ansiedade, impotência, tristeza, cólera, culpabilidade, um sentimento de libertação, as lamentações da plena consciência da perda.“ Dar um sentido à perda…”É preciso aceitá-lo, deixá-lo evoluir, vivê-lo: descobrir a chave.

O período de reflexão necessário para este trabalho pede à pessoa que tenha confiança na sua sabedoria interior.

O processo de luto e a sua resolução constituem um momento de crescimento e maturação pessoal e interior…em que nos deparamos com os nossos medos e angústias mais terrificas…por isso o confronto com o sofrimento dá-nos a possibilidade de elaborarmos os nossos receios e (re)avaliarmos o que queremos e fazemos com a nossa vida.


Luto Normal vs Luto Patológico

Um luto é considerado normal, quando a pessoa experiência sentimentos de tristeza, enfado, culpa, ansiedade, solidão, fadiga, impotência, choque, emancipação, alivio entre outras, durante um tempo suficiente para si, que lhe permite (r)elaborar a perda, e nesse sentido percorrer as diferentes fases do luto até conseguir finalmente atribuir um sentido à perda e assimilar as memórias sem dor nem sofrimento.

O Luto é considerado patológico ou complicado, quando existe uma relação contínua entre as reacções normais e anormais, isto é, não existe uma diferenciação e para além disso, o luto patológico varia em intensidade e duração face ao luto normal, assim como na presença ou ausência de uma conduta específica

A diversidade nos diferentes tipos de luto, remete-nos para a diversidade de reacções e de vivências do luto que cada pessoa apresenta. Nestas situações, mais do que em qualquer outra, cada pessoa deve ser olhada individualmente, com as suas características e necessidades, logo, devemos evitar reduzir o sofrimento dos outros e o nosso também ao que é “ normal e trivial”.

Cada pessoa sente e vivências as perdas e os acontecimentos da vida de forma única e singular.


Acompanhamento Psicológico da pessoa enlutada

O Acompanhamento Psicológico possibilita ajuda na elaboração do luto normal e patológico.

O melhor momento é uma semana depois, porque nessa altura todo o processo que envolve a cerimónia fúnebre e aspectos burocráticos estão tratados e a pessoa pode finalmente, parar e pensar no seu sofrimento e, vivenciar sem receios e sem medos a sua dor!

Muitas vezes, pelo ritmo de vida e por medo de se tornar cansativo para a restante família, a pessoa em luto acaba por esconder /camuflar o seu sofrimento, podendo esta situação conduzir a um luto patológico ou aparecendo este sofrimento sobre a forma de somatizações.


Existe alguém que pode ajudá-lo! Não deixe que a dor tome conta de si!

domingo, 22 de março de 2009

Estar Grávida...


A gravidez pode ser vista como uma situação de preparação física e psicológica para o papel de mãe, onde tem início o relacionamento mãe-filho.

É um momento de crise e de crescimento que pode ser extremamente enriquecedor para a mulher.
A gravidez é caracterizada, por modificações psicológicas importantes.

Durante a gravidez processam-se modificações hormonais segundo regras pré-estabelecidas que, por sua vez, modificam o funcionamento psicológico. A grávida fica, assim, 'à mercê” de alterações do humor, dos sentimentos e do comportamento sem que estas modificações sejam totalmente compreensíveis. Alguns autores falam de sinais de labilidade e instabilidade emocionais no período da gravidez.

Hoje em dia, é aceite que se pode descrever a gravidez normal em 3 fases: incorporação (correponde sensivelmente ao 1º trimestre); diferenciação ( 2º trimestre), e separação (3º trimestre)


Estas 3 fases comportam um encadeamento de 6 tarefas psicológicas que têm como objectivo último:
· aceitar a gravidez,
· aceitar a realidade do feto
· reavaliar a geração parental anterior ( a relação da grávida com os seus próprios pais)
· reavaliar o relacionamento com o parceiro;
· aceitar o bebé como uma pessoa individualizada
· e integrar a identidade parental ( que mãe quero ser::)

A gravidez, em termos psicológicos, inicia-se quando a mulher tem a noção que está grávida.

O 1º trimestre

Nas primeiras semanas de gestação a mulher centra-se muito em si própria e desinveste o seu meio exterior e as suas relações.
«Aumenta o seu interesse narcísico por si própria e pela unidade mãe-filho».

A grávida, além de desenvolver o seu amor narcísico, tem também a possibilidade de contactar de novo com «...a sua vida de fantasia, relacionada com a infância».Este contacto com a infância, desenvolve uma necessidade de revisão, da sua relação com a sua própria mãe.

É por isso, que neste primeiro trimestre da gravidez, um aspecto muito importante que é trabalhado pela grávida, são os conflitos relacionais com a sua mãe. Claro que,quanto mais tranquilas e seguras forem as relações da grávida com a sua mãe, mais facilidade de adaptação e aceitação a grávida terá nesta sua gravidez. Se pelo contrário, as relações com a mãe foram ou são muito conflituosas, esta fase pode ser vivida de forma muito ansiosa, com tristeza, e sentimentos de abandono e isolamento.

É na sequência desta revisão relacional que surgem alterações comportamentais na mulher, que resultam da confluência da sua realidade psíquica com os aspectos culturais do meio.

Neste primeiro trimestre, aumenta a sua necessidade de dormir e dão-se alterações nos conteúdos dos sonhos. Devido a uma indiferenciação entre mãe e feto, que gera angústia, os conteúdos dos sonhos têm a ver com perigos que podem acontecer à mãe ou à criança.

A grávida vai comer mais e associada a esta tendência vão aparecer náuseas e vómitos, ou seja a tendência para rejeitar a comida.

Outra modificação que ocorre no 1.º trimestre é a redução da frequência e intensidade da actividade sexual, que na vida da fantasia da mulher «é justificada pelo medo de danificar o feto».

O 2.º trimestre

Pode ser ideal para sentir os movimentos fetais se a tarefa de incorporação já se realizou.

A fase da diferenciação tem início com a percepção da mãe dos primeiros movimentos fetais. «A confirmação da vitalidade e independência funcional do feto põe em marcha o processo de autonomização da grávida em relação ao feto”

Esta percepção gera um alívio da tensão psicológica interna. A mulher começa a fazer fantasias de como será o seu bebé.

Na sua vida fantasmática, o bebé está a ganhar características e a ter uma «identidade inventada». À medida que esta construção se vai desenvolvendo, o bebé vai ganhando autonomia.

A tarefa do 2.º trimestre é uma diferenciação psicológica, à medida que prossegue a diferenciação fisiológica. Mas a mãe, além de aceitar uma autonomia do feto, tem que aceitar que o seu controlo sobre ele é cada vez menor.

Para compensar a sensação da redução do controlo, verifica-se um enriquecimento da vida de relação. A relação a elaborar é a relação mãe-feto, e assiste-se a uma redução progressiva dos sintomas que exprimem conflitos internos, verificando-se um aumento do relacionamento sexual.

Em pleno 2.º trimestre vai dar-se uma reavaliação da relação com o marido. A necessidade de dependência transfere-se da mãe para aquele, e constitui a tarefa psicológica essencial do 2.º trimestre. Esta mudança permite reinventar a relação conjugal. A mulher reintroduz o bebé na relação com o marido, conquistando o seu apoio emocional, podendo depois utilizá-lo na etapa seguinte.

No 3.º trimestre

A grávida começa a preparar-se para o nascimento e o casal mobiliza-se para a separação que vai acontecer. São reactivados os sentimentos de ambivalência do 1.º trimestre.

O momento do parto é encarado pela grávida sob duas formas opostas: «representa um ganho relacional.... e ao mesmo tempo representa uma perda na medida em que retira à mãe os benefícios de estar grávida». A ambivalência crescente é acompanhada por queixas somáticas. È comum aparecem insónias e preocupações. As noites são agitadas e existem receios e medos em relação ao parto. O conteúdo dos sonhos está directa ou simbolicamente relacionado com a gravidez.


«Neste trimestre há uma reorganização psicológica que permite à mulher grávida controlar e aproveitar saudavelmente a ansiedade própria desta fase de desenvolvimento.... [pois] a ansiedade livre, [não elaborada] vai perturbar... o comportamento da grávida... no trabalho de parto»

SINAIS DE ALARME

Muitas mulheres durante a gravidez demonstram sinais de depressão, por vezes mascarados e confundidos com a sensibilidade e fragilidade atribuída à fisiologia própria da gravidez.

Pelo menos 10% das mulheres manifestam estados depressivos nos primeiros três meses após o parto.

A sintomatologia destes estados depressivos pode estar mascarada por uma dimensão ansiosa, irritabilidade e alguma agressividade até então não habituais .

O nascimento e o processo precoce de adaptação representam factores de stress psicossocial que são co-responsáveis pelo aumento de taxas de depressão durante o período pós-parto, justificando porque este é um período de alto risco para o aparecimento de depressão.

Na génese da depressão pós-parto tem importância significativa a ausência de factores de protecção materna, nomeadamente, a ausência de suporte familiar, em particular do companheiro e de personagens femininas significativas (familiares ou amigas), e ainda a ausência de ajuda prática efectiva.

Vários estudos têm demonstrado que o estado depressivo da mãe influencia a interacção com o seu filho. Estas interacções poderão apresentar-se mais desarmónicas e mais pobres do ponto de vista afectivo .

Gravidez e Acompanhamento Psicológico

Por tudo isto, em casos de gravidez muito ansiosa, alterações significativas do comportamento e do humor, tristeza intensa, a grávida deve pedir ajuda!especializada!

O acompanhamento psicológico a grávidas pode ser feito individualmente, ou em grupo.


O Acompanhamento Psicológico funciona como suporte, contendo as ansiedades e fomentando as trocas de vivências e a reflexão sobre as mesmas. A interligação do falar, reflectir e receber informação científica contribui para a redução dos medos e consequentemente para o alívio da ansiedade relativa à gravidez. Quanto mais oportunidades tiverem de falar sobre a percepção que vão tendo das suas modificações, mais aumentam as suas hipóteses de adaptação.

Alguns autores verificaram que o apoio e preparação durante a gravidez, assim como o aumento de informação, contribuem para o aumento do bem estar da mulher no final da gravidez, evidenciando-se menor ocorrência de problemas psicológicos e de depressão no período pós-parto.

O Seu bebé depende de Si!

SE estiver bem, ele também está bem!

Cuide-se e não hesite em pedir ajuda logo que sentir que algo não está a correr bem!

Conte comigo!

domingo, 15 de março de 2009

O que é a Depressão?


A Depressão é uma doença "do organismo como um todo", que compromete o físico, o humor e, em consequência, o pensamento.

A Depressão altera a maneira como a pessoa vê o mundo e sente a realidade, entende as coisas, manifesta emoções, sente a disposição e o prazer com a vida.

Afecta a forma como a pessoa se alimenta e dorme, como se sente em relação a si próprio e como pensa sobre as coisas.·

A Depressão, é portanto uma doença afectiva ou do humor, não sendo apenas sinal de fraqueza, de falta de pensamentos positivos ou uma condição que possa ser superada apenas pela força de vontade ou com esforço.


As pessoas com doença depressiva (estima-se que 17% das pessoas adultas sofram de uma doença depressiva em algum período da vida) não podem simplesmente melhorar por conta própria e através dos pensamentos positivos, conhecendo pessoas novas, viajando, passeando ou tirando férias.

Sem tratamento, os sintomas podem durar semanas, meses ou anos, podendo resultar numa inibição global da pessoa, afectando a parte psíquica, as funções mais nobres da mente humana, como a memória, o raciocínio, a criatividade, a vontade, o amor e o sexo, e também a parte física.·
A depressão é uma doença mental que se caracteriza por tristeza mais marcada ou prolongada, perda de interesse por actividades habitualmente sentidas como agradáveis e perda de energia ou cansaço fácil.

Ter sentimentos depressivos é comum, sobretudo após experiências ou situações que nos afectam de forma negativa. No entanto, se os sintomas se agravam e perduram por mais de duas semanas consecutivas, convém começar a pensar em procurar ajuda.

A depressão pode afectar pessoas de todas as idades, desde a infância à terceira idade, e se não for tratada, pode conduzir ao suicídio, uma consequência frequente da depressão.
Estima-se que esta doença esteja associada à perda de 850 mil vidas por ano, mais de 1200 mortes em Portugal.

A depressão pode ser episódica, recorrente ou crónica, e conduz à diminuição substancial da capacidade do indivíduo em assegurar as suas responsabilidades do dia-a-dia.

A depressão pode durar de alguns meses a alguns anos. Contudo, em cerca de 20 por cento dos casos torna-se uma doença crónica sem remissão. Estes casos devem-se, fundamentalmente, à falta de tratamento adequado.

Epidemiologia

A depressão é uma patologia do foro mental que afecta 20 por cento da população portuguesa!

A depressão é a principal causa de incapacidades e a segunda causa de perda de anos de vida saudáveis entre as 107 doenças e problemas de saúde mais relevantes.

Os custos pessoais e sociais da doença são muito elevados.

Uma em cada quatro pessoas em todo o mundo sofre, sofreu ou vai sofrer de depressão. Um em cada cinco utentes dos cuidados de saúde primários portugueses encontra-se deprimido no momento da consulta.

A depressão encontra-se reconhecida no Plano Nacional de Saúde como um problema primordial de saúde pública.

A depressão é mais comum nas mulheres do que nos homens: um estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde, em 2000, mostrou que a prevalência de episódios de depressão unipolar é de 1,9 por cento nos homens e de 3,2 por cento nas mulheres.

É pois, urgente aprender a reconhecer a depressão como uma patologia e não como uma fraqueza, como uma “ personalidade fraca” como me dizem alguns pacientes, e pedir ajuda especializada quanto antes!

Quais são os sintomas da depressão?
  • A depressão diferencia-se das normais mudanças de humor pela gravidade e permanência dos sintomas. Está associada, muitas vezes, a ansiedade e/ou pânico.
    Os sintomas mais comuns são:
    Modificação do apetite (falta ou excesso de apetite);
    Perturbações do sono (sonolência ou insónia);
    Fadiga, cansaço e perda de energia;
    Sentimentos de inutilidade, de falta de confiança e de auto-estima, sentimentos de culpa e sentimento de incapacidade;
    Falta ou alterações da concentração;
    Preocupação com o sentido da vida e com a morte;
    Desinteresse, apatia e tristeza;
    Alterações do desejo sexual;
    Irritabilidade;
    Manifestação de sintomas físicos, como dor muscular, dor abdominal, enjoo, enxaquecas, entre outros.
Quais são os factores de risco?
  • Pessoas com episódios de depressão no passado;
    Pessoas com história familiar de depressão;
    Pessoas do género feminino – a depressão é mais frequente nas mulheres, ao longo de toda a vida, mas em especial durante a adolescência, no primeiro ano após o parto, menopausa e pós-menopausa;
    Pessoas que sofrem um qualquer tipo de perda significativa, mais habitualmente a perda de alguém próximo;
    Pessoas com doenças crónicas - sofrendo do coração, com hipertensão, com asma, com diabetes, com história de tromboses, com artroses e outras doenças reumáticas, SIDA, fibromialgia, cancro e outras doenças;
    Pessoas que coabitam com um familiar portador de doença grave e crónica (por exemplo, pessoas que cuidam de doentes com Alzheimer);
    Pessoas com tendência para ansiedade e pânico;
    Pessoas com profissões geradoras de stress ou em circunstâncias de vida que causem stress;
    Pessoas com dependência de substâncias químicas (drogas) e álcool;
    Pessoas idosas.
É possível prevenir a depressão?

Como em todas as doenças, a prevenção é sempre a melhor abordagem, designadamente para as pessoas em situação de risco, pois permite a intervenção precoce de profissionais de saúde e impede o agravamento dos sintomas.

Se sofre de ansiedade e/ou ataques de pânico, não hesite em procurar ajuda especializada, pois muitas vezes são os primeiros sintomas de uma depressão.

Se apresenta queixas físicas sem que os exames de diagnóstico encontrem uma explicação então aborde o assunto com o seu médico assistente.

Quais são as causas da depressão?

As causas diferem muito de pessoa para pessoa.
Porém, é possível afirmar-se que há factores que influenciam o aparecimento e a permanência de episódios depressivos.

Por exemplo, condições de vida adversas, o divórcio, a perda de um ente querido, o desemprego, a incapacidade em lidar com determinadas situações ou em ultrapassar obstáculos, etc.

Determinar qual o factor ou os factores que desencadearam a crise depressiva pode ser importante, pois para o doente poderá ser vantajoso aprender a evitar ou a lidar com esse factor durante o tratamento.

Algumas doenças podem provocar ou facilitar a ocorrência de episódios depressivos ou a evolução para depressão crónica. São exemplo as doenças infecciosas, a doença de Parkinson, o cancro, outras doenças mentais, doenças hormonais, a dependência de substâncias como o álcool, entre outras.

O mesmo pode suceder com certos medicamentos, como os corticóides, alguns anti-hipertensivos, alguns imunossupressores, alguns citostáticos, medicamentos de terapêutica hormonal de substituição, e neurolépticos clássicos, entre outros.

Como se trata a depressão?

A Psicoterapia é fundamental no tratamento da depressão.
Apesar de a medicação anti-depressiva ser fundamental nalguns casos e suficiente noutros, ajudando à recuperação a curto prazo do bem-estar, normalmente, não corrige esta patologia, de uma forma permanente, ou seja, depois de retirada a medicação, há uma probabilidade significativa de a pessoa voltar a apresentar sintomatologia depressiva.

A Psicoterapia é fundamental para ajudar a pessoa a encontrar dentro de si recursos necessários para lidar com os acontecimentos geradores de tensão e ansiedade, assim como a diminuir o seu sofrimento, aumentar o seu bem –estar consigo próprio e com a vida !

A Psicoterapia é a forma cientificamente comprovada de obter resultados duradouros na perturbação depressiva.

Se for o seu caso não hesite em pedir ajuda!

Pode contactar-me por escrito ou por telefone: (00 351) 96 23 62 861. Se quiser marcar uma consulta, é mais fácil telefonar, para conseguirmos conciliar agendas de uma forma prática.

sábado, 7 de março de 2009

Depressão Infantil


Embora estejamos cada vez mais familiarizados com o tema da depressão, raramente ouvimos falar de crianças deprimidas. Mas isso não significa que esses casos não existam.

Estima-se que esta perturbação atinja 4 a 8% das crianças e sabe-se que esta incidência tende a subir na adolescência.
A depressão infantil ocorre, em 20% dos casos, em crianças na faixa etária entre 9 e 17 anos, e é causada geralmente, por dificuldades de relacionamentos com a própria família, na escola ou em outros locais que frequentam.
Mas o número mais alarmante diz respeito ao facto de esta ser uma realidade que tende a passar despercebida aos olhos de 70% dos pais.
“Como é que isso é possível?”, perguntar-me-ão. Apesar de algumas crianças manifestarem a sua depressão através dos sintomas clássicos (tristeza, pessimismo, ansiedade, etc.), a maioria fá-lo de forma atípica, o que dificulta o diagnóstico.

Assim, na maior parte dos casos, as alterações mais visíveis tendem a confundir-se com rebeldia: irritabilidade, agressividade, hiperactividade e/ou diminuição do rendimento escolar.

Esta manifestação atípica impede muitos pais de perceberem a origem dos problemas e, assim, darem uma resposta eficaz.

O grito de alerta tende a surgir aquando do aparecimento de alterações menos expectáveis, como o medo da morte (conversas recorrentes sobre o tema), sentimentos de culpa e de inutilidade e retrocessos, como a encoprese ou a enurese (defecar ou urinar na roupa ou na cama).

É necessário que nos consciencializemos de que a depressão infantil existe e pode ser grave! Infelizmente, nem todas as crianças são felizes e despreocupadas!!


Tentando clarificar melhor os Sintomas que podem servir de alerta aos pais…
Como já referi, a depressão não se manifesta do mesmo modo, de acordo com a idade da criança, assim poderíamos tentar agrupar os sintomas mais específicos, de acordo com a idade, da seguinte forma:

Feto: Os fetos podem deprimir, é verdade! Tudo pode começar bem cedo! Isto pode acontecer, devido por exemplo, à ansiedade maternal na gravidez, pelo atraso no desenvolvimento fetal ou após o nascimento, entre outros factores.
Primeira Infância (0 a 2 anos): a depressão nos bebés manifesta-se por, uma recusa acentuada da criança em alimentar-se; um atraso no crescimento, no desenvolvimento psicomotor, da linguagem; perturbação do sono e afecções somáticas (A criança que está muitas vezes doente, faz febres, gripes, viroses com muita frequência!)

Idade pré-escolar (2 a 6 anos): nesta fase a perturbação depressiva, manifesta-se mais por distúrbios de humor (grandes birras, ou grande euforia momentânea substituída rapidamente por grande tristeza e apatia) distúrbio vegetativo (em que a criança não sabe nem gosta de brincar, isola-se muito e fica muito parada no seu canto. Não se interessa por nada).
Nesta fase pode ainda verificar-se comportamentos regressivos a todos os níveis, nomeadamente a nível esfincteriano (podem voltar a fazer cocó e chichi nas cuecas ou na cama), motor e de linguagem.

Idade Escolar (6 a 12 anos): Entre os seis e os oito anos, o quadro depressivo caracteriza-se por tristeza prolongada, ansiedade de separação (a criança que não quer deixar a mãe para ir para a escola) e sintomas psicossomáticos ( dores de cabeça, dores de barriga, diarreias, febres) .
As crianças com mais de oito anos, expressam os seus sentimentos depressivos através de baixa auto-estima, ideias auto- depreciatórias, sintomas psicossomáticos, baixa de energia,desinteresse e desespero.
A depressão manifesta-se muitas vezes através das dificuldades escolares, ao nível da ansiedade, do desinteresse, das dificuldades da concentração intelectual e dos problemas de comportamento, para além dos problemas alimentares e de sono. Podem também surgir queixas psicossomáticas. Pode ainda verificar-se um aumento agressiviadde, grande irritabilidade, com envolvimento da criança em conflitos com os pares.
Um outro sintoma que pode ocultar também uma depressão é a “hiperactividade”,as crianças muito irrequietas, que não conseguem manter um mínimo de atenção nem de concentração.

Prevenção

Em vez de prevenção, podia estar escrito amor.
Os pais são os melhores actores na prevenção da depressão infantil, dando-lhes o seu amor e carinho, bem como compreensão e amparo e transmissão de confiança.

Tratamento

Como podem os pais ajudar….
Numa primeira fase, o papel dos pais passa por tentar perceber e empatizar com as dificuldades da criança, mesmo que estas pareçam insignificantes. Por exemplo, a mudança de casa ou de escola acarreta mais medos e angústias do que os adultos possam imaginar. Deve existir um ambiente de confiança, propício a que a criança se sinta à vontade para explorar as suas dificuldades. Os pais devem incentivar a criança a falar e entender os seus receios.

Quando recorrer ao psicólogo…

É pois importante que os pais estejam atentos às ALTERAÇÕES REPENTINAS do comportamento e do humor dos filhos.
Se estas alterações se prolongarem por mais de duas semanas, sem que haja uma causa identificável, é importante pedir ajuda de um Psicólogo ou Psicoterapeuta.
Tal como acontece noutras circunstâncias, os pais podem sentir-se incapazes de dar resposta a este tipo de problemas, pelo que a intervenção de um especialista passa a ser imprescindível.
No entanto é importante salientar que as crianças, pelo facto de ainda estarem em desenvolvimento são mais flexíveis, permeáveis, e aderem muito bem à psicoterapia o que permite uma evolução muito rápida no tratamento e um elevado grau de confiança no sucesso da intervenção.

A Psicoterapia com crianças é diferente da psicoterapia com adultos. A Psicoterapia com crianças inclui conselhos educativos e explicações; recurso aos jogos, às brincadeiras e ao desenho; a atitude do psicoterapeuta é mais participativa.
Com as crianças o ritmo das sessões variável, de acordo com a tolerância da criança.
Na Psicoterapia com crianças é muitas vezes necessário o envolvimento dos
pais na terapia
, pelo que além do trabalho com a criança é necessário também algumas sessões com os pais.

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